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Lei e Constituição estão sob ameaça, diz advogado de Lula no STF

Plenário do Supremo Tribunal Federal julga hoje habeas corpus antecipado para evitar prisão de ex-presidente Lula

Brasil|Diego Junqueira, do R7

STF julga hoje pedido de habeas corpus para Lula
STF julga hoje pedido de habeas corpus para Lula STF julga hoje pedido de habeas corpus para Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser preso de forma antecipada e deve responder em liberdade até que sejam esgotados todos os recursos possíveis na Justiça brasileira contra a condenação de 12 anos e 1 mês imposta em janeiro pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

Essa foi a linha de argumentação do advogado José Roberto Batochio, defensor do ex-presidente, durante manifestação nesta quinta-feira (22) diante dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Para o advogado, a Constituição e o Código de Processo Penal "estão sob ameaça" caso a prisão após decisão de segunda instância seja executada contra o ex-presidente.

— O artigo 5, inciso 57, da Constituição Federal, e o artigo 383 do Código de Processo Penal estão sob ameaça de extinção, de mortificação

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O plenário do Supremo julga neste momento um pedido de habeas corpus da defesa de Lula para evitar que o petista seja preso após esgotarem todos os recursos no TRF4, tribunal de segunda instância — a análise desses recursos, que pode levar Lula à prisão, está marcada para a próxima segunda-feira (26).

Para o advogado de Lula, que falou por mais do que os 15 minutos a que tinha direito, existe "certa volúpia em encarcerar o ex-presidente da República".

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— Não que ele esteja acima da lei, ninguém pode estar acima da lei. Mas ninguém pode ser subtraído à sua proteção, retirado da proteção do ordenamento jurídico.

Assista ao julgamento no STF:

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O pedido de habeas corpus questiona decisão do STJ (Superior tribunal de Justiça), que negou a Lula o direito de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado (quando se esgotam todos os recursos e o processo chega ao fim).

Em 24 de janeiro, o TRF4 confirmou a condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e ampliou a pena para 12 anos e 1 mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo relacionado ao tríplex do Guarujá.

Os juízes de primeira e segunda instância consideram que Lula recebeu o apartamento em troca de favores à empreiteira OAS, que teria sido favorecida em contratos com a Petrobras.

Decisão de 2016 do próprio STF autorizou que réus condenados em segunda instância tenham suas penas cumpridas antes de o processo chegar a fim, mas o assunto pode voltar ao plenário e ser revisto.

Segundo o advogado de Lula, os três desembargadores do TRF4 tratam a prisão de Lula após o julgamento dos recursos em segunda instância como um ato “obrigatório” da Justiça. No entanto, diz Batochio, “a decisão desta casa apenas acenou com a possibilidade” de prisão após encerrada a segunda instância.

— Não aceitamos viver sob o tacão autoritário de quem quer que seja. Antes do trânsito em julgado, nenhum cidadão pode ser considerado culpado.

O defensor de Lula comentou a prisão do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, nesta quarta-feira (21), em um processo sobre o qual "não se sabe o conteúdo das investigações", disse Batochio.

— É impossível viver fora de um sistema que não seja o sistema de liberdades. Como disse José Bonifácio [líder do movimento de independência no Brasil], a liberdade e os princípios libertários são uma coisa que não se perde senão com a vida.

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