Pacote apresentado pelo governo cheira "a café velho e frio", diz Maia
icardo Botelho/Brazil Photo Press/Folhapress - 19.02.2018O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta terça-feira (20) o pacote com 15 projetos apresentado na segunda-feira (19) pelo governo como alternativa à aprovação da reforma da Previdência. Para Maia, a proposta é um "equívoco" e "desrespeitosa".
Em um novo capítulo da disputa pelo protagonismo na área econômica, Maia, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto, afirmou que desconhece a lista elaborada pela equipe do presidente Michel Temer e afirmou que não vai dar prioridade para as matérias tramitarem na Câmara.
— Não conheço os 15 projetos, nem li, nem vou ler.
A afirmação contrasta com declarações feitas por Maia ontem, quando o demista afirmou ter fechado o pacote de 15 medidas com a equipe econômica do governo e disse que o projeto teria prioridade na agenda do Congresso.
Nesta terça, no entanto, Maia mudou de discurso e classificou a apresentação feita pelo governo como "um equívoco" e "um pouco de desrespeito ao Parlamento".
— O anúncio foi precipitado, sem um diálogo mais profundo, essa não será a pauta da Câmara. Nós vamos pautar o que nós entendemos relevante, no nosso tempo.
A lista de projetos foi anunciada também pelos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Secretaria de Governo, Carlos Marun. O anúncio foi feito no mesmo dia em que o governo anunciou que a tramitação da reforma da Previdência estava suspensa em razão de decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.
Entre os projetos, constam a regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.
Para o presidente da Câmara, o pacote apresentado cheira "a café velho e frio, que não atende à sociedade".
— A pauta da Câmara é da Câmara, os projetos já estão aqui, se o governo quer uma pauta econômica nova, que apresente uma pauta econômica nova.
Segundo Maia, o governo tem que admitir que não tem votos para aprovar a reforma da Previdência e não ficar com a "fixação de dar uma resposta" sobre o assunto.
— Não dá para ficar criando espuma com a sociedade em um tema tão grave quanto esse.