As 135 empresas estatais brasileiras aumentaram seu contingente de funcionários em 55.836 pessoas entre 2010 e 2014, período que coincide com o último ano do governo Lula e os primeiros quatro anos do governo Dilma.
Reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (27) indica que, mesmo com as dificuldades financeiras do governo federal, o quadro de funcionários das estatais se ampliou em 11,2% neste período.
Se consideradas as empresas estatais que dependem exclusivamente do Tesouro Nacional, a ampliação foi ainda maior: 48,4% no período. São os casos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e a EBC (Empresa Brasileira de Comunicações), por exemplos.
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A reportagem diz ainda que, de 2006 a 2014, a quantidade de servidores nas empresas estatais aumentou 30%, enquanto que o número de colaboradores em empresas que dependem do Tesouro cresceu 75%. A ampliação de pessoal vai na contramão dos investimentos nas estatais.
No caso da EBC, por exemplo, havia 913 funcionários em 2010, quadro que subiu para 2.564 colaboradores em 2014 — uma expansão de 180% em quatro anos. Nesse mesmo período, o investimento nas estatais aumentou 13,6%.
Somente em 2015, as empresas estatais brasileiras colecionaram um prejuízo de R$ 60 bilhões — número inflado pelos resultados ruins da Petrobras, Eletrobras, Correios e Infraero. Um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), publicado em junho, indicou que as firmas públicas do governo federal responderam por um rombo de R$ 1,7 bilhão em 2015.
Os resultados ruins das estatais e seus quadros de funcionários inflados serão um norte para um programa de privatizações do presidente interino Michel Temer (PMDB), caso se confirme o afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT).
O diretor do Departamento de Estatais do Ministério do Planejanemnto, Fernando Soares, informou que o governo vai trazer um modelo de gestão privada para as empresas públicas, com regras claras de governança e transparência.