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Missionários expulsos de Angola têm apoio de fiéis na chegada a SP

Religiosos da Universal foram recebidos na noite desta sexta-feira (14) por fiéis e pelo casal Renato e Cristiane Cardoso

Brasil|Do R7

Missionários vindos de Angola desembarcam no Aeroporto de Guarulhos (SP) nesta sexta (14)
Missionários vindos de Angola desembarcam no Aeroporto de Guarulhos (SP) nesta sexta (14) Missionários vindos de Angola desembarcam no Aeroporto de Guarulhos (SP) nesta sexta (14)

Mais um grupo de missionários da Igreja Universal deportados de maneira arbitrária de Angola chegou na noite desta sexta-feira (14) ao Brasil. Os religiosos, que durante décadas prestaram serviços sociais no país africano, foram recebidos no aeroporto por fiéis e também pelo Bispo Renato Cardoso, responsável pela Universal no Brasil, e a esposa, Cristiane.

Na chegada, os missionários relataram que receberam carteiras de vacinação falsas, atestando imunização contra a febre amarela, antes do embarque. Além disso, a viagem foi cercada de ameaças e violência. E, dos sete pastores, apenas dois vieram acompanhados das esposas.

"Lembrando que é um grupo de pastores que não estavam ilegais no país, seus vistos estavam válidos, desrespeitando assim todas as regras de imigração do país, a constituição e os acordos internacionais entre Angola e Brasil", lamenta Renato Cardoso. De acordo com o líder religioso, a falta de apoio, no entanto, é que mais chama atenção no caso. "Mas o que mais nos indigna é a ausência de autoridades brasileiras para interceder pelos brasileiros em um país estrangeiro. Até quando o governo vai ficar calado diante dessa situação? Este é o protesto do povo cristão que apoiou esse governo".

O Bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos), diz que documentos dos pastores foram retidos por autoridades angolanas, mais uma demonstração de violação da lei. "Estão agindo com requinte de crueldade. Com certeza, uma perseguição religiosa muito grande", lamenta.

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Ao todo, já são dezessete integrantes da igreja expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Para especialistas, o Ministério das Relações Exteriores falhou ao não ter uma ação direta no conflito.

“O Brasil é o primeiro a reconhecer a independência de Angola. Desde então, tem muitas relações importantes e, por conta disso, o Itamaraty deveria ter agido para contornar essa crise, que coloca em risco as vidas desses missionários”, justifica Francisco Pereira, vice-presidente da Anapri (Associação Nacional dos Profissionais de Relações Internacionais). “Na prática, o Itamaraty deveria ter acionado um comitê pra trabalhar especificamente com esse tema e feito ações diplomáticas para que a crise não desencadeasse nisso”, completa.

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Para Emerson Malheiro, mestre em Direito Internacional, a deportação foi arbitrária por não respeitar o direito de liberdade religiosa nem considerar o e o direito de ampla defesa e contraditório. Ele ainda ressalta que houve omissão do governo federal. “Não podemos admitir que brasileiros sejam tratados de uma forma tão ruim em virtude de uma conduta que sequer tiveram a possibilidade de se defender”, destaca.

A deportação dos pastores da Universal é uma tentativa clara de tirar a igreja do território angolano. Um grupo dissidente da instituição tenta se apropriar de maneira ilegal do patrimônio construído durante anos. Este grupo é formado por ex-bispos e ex-pastores que foram expulsos da igreja por atos criminosos e imorais.

No momento, acontecem ações judiciais no país e representantes da igreja protocolaram uma carta-denúncia no escritório das Nações Unidas em Angola. Procurado, o Palácio do Planalto não se pronunciou.

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