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Novo representante dos funcionários defende papel social da Petrobras

Brasil|

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O funcionário da Petrobras eleito para representar os trabalhadores no Conselho de Administração da companhia, Deyvid Bacelar, defendeu nesta segunda-feira o papel social da petroleira, disse ser contra a redução de investimentos com demissões e a favor da contratação de empreiteiras brasileiras pela estatal.

Eleito com quase 60 por cento dos votos, Bacelar é coordenador-geral do Sindipetro Bahia, e tem o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), historicamente ligada ao PT.

Apesar disso, o sindicalista reforçou em entrevista à Reuters seu compromisso de "independência e autonomia diante do governo e do patrão".

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Bacelar venceu em segundo turno, cuja apuração terminou nesta segunda-feira, o atual conselheiro representante dos trabalhadores, Silvio Sinedino.

O novo conselheiro da Petrobras será empossado após a próxima Assembleia Geral de Acionistas, quando também serão definidos outros conselheiros.

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A nomeação acontece em um dos momentos mais delicados já enfrentados pela petroleira estatal, quando executivos e ex-executivos são acusados de participar de um esquema de corrupção que teria desviado recursos da empresa para subornar pessoas e favorecer partidos políticos.

Antes da renúncia da então presidente Maria das Graças Foster e de cinco dos sete diretores da companhia, executivos da empresa já haviam informado que os investimentos da empresa serão reduzidos, diante da dificuldade para obter financiamentos devido à crise de confiança gerada no mercado.

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Bacelar se posicionou contra a retirada de investimentos em campos maduros, como no Nordeste, sua região de atuação.

"Os conselheiros e a sociedade precisam compreender que a Petrobras não tem o objetivo exclusivo de obter lucro, apenas lucro pelo lucro. É uma empresa que tem como acionista majoritário o governo federal, então ela tem um grande papel social a ser cumprido", afirmou o sindicalista.

Bacelar defende ainda ser "um absurdo" a declaração da Petrobras de que pode aumentar o número de companhias estrangeiras com quem trabalha, depois de suspender negócios com 23 empresas fornecedoras citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Para ele, a medida gera desemprego e prejudica o país.

"Os que devem ser punidos são as pessoas, os corruptos e os corruptores nesse escândalo da Operação Lava Jato. As empresas que estão sendo investigadas têm que fazer com que seus gestores sejam punidos, mas as empresas têm que continuar desenvolvendo os trabalhos que faziam antes, gerando emprego e renda no país."

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IMAGEM DESGASTADA

Bacelar tem ainda como uma de suas principais bandeiras o resgate da imagem da Petrobras e a maior participação dos funcionários nas decisões do Conselho.

"Tem um processo de desgaste da empresa criado principalmente pela mídia hegemônica, onde você pontua, destaca e amplifica problemas que ninguém está discutindo aqui se existem, mas deixa de falar também daquilo que a empresa é e representa para o Brasil e para os brasileiros", afirmou.

Por meio de redes sociais, emails, sites e de visitas pessoais às principais bases da Petrobras, Bacelar prometeu que terá um diálogo contínuo com trabalhadores, aproximando-os de decisões importantes.

Ele acredita que o aumento da transparência pode contribuir com o combate à corrupção, por exemplo, com funcionários perdendo receio de fazer denúncias dentro da companhia.

É a quarta vez que um empregado é eleito para o conselho com a função de representar funcionários.

O Conselho da Petrobras é formado por dez membros, sendo sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações ordinárias, um pelos acionistas de preferenciais e um pelos empregados.

Nas eleições deste ano, segundo a Petrobras, 138 candidatos concorreram à vaga para representar os funcionários.

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