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ONU propõe tratar corrupção como crime contra a humanidade

Conteúdo foi elaborado pelo Comitê Consultivo do colegiado

Brasil|

Uma proposta de um órgão da ONU propõe que a corrupção sistemática com recursos públicos seja tratada como crime contra a humanidade. Em texto que será submetido ao Conselho de Direitos Humanos da entidade, a partir de 11 de setembro, seus autores questionam a devolução feita pelos países receptores dos desvios de apenas 1% do valor congelado. O conteúdo elaborado pelo Comitê Consultivo do colegiado, obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, será votado pelos integrantes do colegiado, que inclui o Brasil.

"Não existem dúvidas de que organizações criminosas emergindo de regimes cleptocráticos - aquele cujo único objetivo é pilhar o Estado - causam dano ao Estado e afetam os direitos fundamentais e liberdades da população. Estados devem considerar formas de caracterizar como crimes internacionais, em especial crimes contra a humanidade, atos de corrupção que sejam conduzidos de forma sistemática e que tenham um impacto no bem-estar da população", diz o texto dos peritos Obiora Okafor e Jean Ziegler.

O documento também sugere que as investigações transnacionais tramitem em esferas internacionais. "Sob certas circunstâncias, crimes financeiros com implicações transnacionais deveriam ser julgados em um nível internacional", defende.

O texto faz referência a dados da entidade Global Financial Integrity sobre a estimativa de que US$ 1,1 trilhão poderia ter deixado países em desenvolvimento em fluxos financeiros ilícitos. A entidade francesa Comitê Católico contra a Fome cita 800 bilhões de euros.

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Bancos

O documento também ataca os países que abrigam os recursos desviados. "É chocante ver como dinheiro que foi roubado e é urgentemente necessários para o desenvolvimento está parado em bancos de países desenvolvidos (...) O papel dos bancos como facilitadores de lavagem de dinheiro e corrupção com frequências não é notado", destaca o texto.

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Lembrando como bancos suíços agiram com "completa impunidade" no passado, o documento admite que as leis no país alpino mudaram. Mas alerta que isso não significa que elas estejam sendo cumpridas. "Regras são pouco respeitadas e grandes escândalos internacionais envolvendo o mercado financeiro suíço continuam a aparecer", alerta. "O sistema de alerta dos bancos suíços simplesmente não funciona e continuam a se beneficiar de uma impunidade judicial."

Recomendações

O colegiado sugere uma série de medidas contra essa realidade, como garantir a "repatriação incondicional de fundos ilícitos aos países de origem" e que bancos e intermediários financeiros envolvidos em esquemas de corrupção sejam responsabilizados por seu envolvimento e pede sanções criminais.

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