Medidas do governo para conter manifestações foram consideradas exageradas por parlamentares da oposição
Alex Ferreira/24.04.2017/Câmara dos DeputadosAos gritos de "Fora Temer", a oposição se retirou do plenário da Câmara dos Deputados em protesto contra o decreto do governo autorizando o emprego das Forças Armadas para Garantia da Lei e da Ordem. PT, PDT, PSB, Rede, PSOL e PCdoB alegam que a medida representa na prática a decretação do estado de exceção no País. A líder do PCdoB, Alice Portugal (BA) diz que atitudes remetem à ditadura.
— A ditadura militar começou assim, de forma sutil.
Os oposicionistas disseram que o decreto é "inaceitável" e que não havia sentido participar da sessão. O grupo fez críticas ao argumento do governo de que o decreto visa a garantir a segurança e a ordem. O deputado André Figueiredo (PDT-CE) disse que a manifestação não justifica medidas tomadas.
— Isso não justifica o estado de exceção decretado.
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Os deputados disseram que o "estado de exceção" não podia ser minimizado e a Câmara não poderia funcionar nestas condições. O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), afirma que ação do governo foi extrema.
— O último passo (do governo) foi decretar a Garantia da Lei e da Ordem e colocar o Exército na rua, que é uma medida extrema. Não podemos aceitar.
Com a saída da oposição, os governistas estão aproveitando para votar Medidas Provisórias sem a obstrução do grupo.
— Presidente, a gente poderia aproveitar para votar a Reforma da Previdência.