O plano de negócios da Petrobras de 2015 a 2019 prevê a paridade de preços dos combustíveis no Brasil com o exterior, mas o presidente da estatal, Aldemir Bendine, afirmou que não está previsto um reajuste da gasolina no curto prazo, apesar da defasagem dos valores no mercado doméstico.
A política de preços realizada pela atual administração ainda não foi detalhada ao mercado, que teme que a estatal permaneça sem autonomia para decidir por reajustes, dependendo do aval do governo, seu acionista controlador, e do comportamento da inflação.
"Estamos numa margem que é muito positiva e não estamos vendo a necessidade no curto prazo de uma majoração [dos preços da gasolina]", afirmou Bendine, em coletiva de imprensa para detalhar o novo plano de negócios.
"Esse exercício é feito diariamente dentro da companhia e quando você atenua a volatilidade e vê uma tendência que há necessidade, é lógico que a empresa vai praticar aquele preço que a remunere de acordo com aquilo com o que acionista espera."
Entretanto, o executivo disse que por questões estratégicas não iria detalhar quais as contas internas que a diretoria realiza para medir a necessidade de reajustes nos preços dos combustíveis.
O executivo também destacou que a demanda por combustíveis está em queda.
"O mercado de derivados está em retração", afirmou Bendine.
A gasolina estava 8,7% mais barata no Brasil do que no exterior em 22 de junho, segundo a atualização mais recente do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). Na mesma data, o preço do óleo diesel nas refinarias nacionais, por outro lado, estava 13,3% acima do preço no Golfo do México.
Dependência das importações
Apesar da expansão planejada da capacidade de refino e da queda das projeções de consumo de derivados ante o esperado em 2014, a Petrobras permanecerá dependente de importações nos próximos anos.
A previsão é que as importações líquidas de derivados caiam para 250 mil barris por dia em 2018, ante os atuais 300 mil barris por dia, segundo o diretor de Abastecimento da empresa, Jorge Celestino.
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A redução acontece principalmente devido à entrada em operação da segunda unidade de refino da Rnest (Refinaria do Nordeste), em Pernambuco, prevista para o fim de 2018.
A companhia ainda não tem uma data definida para início da atividade da primeira unidade de refino do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), segundo Celestino, o que deverá depender da entrada de um sócio no negócio.
O diretor da Petrobras explicou que em outubro de 2017 a Unidade de Processamento de Gás Natural do Comperj, que deverá receber grande parte do insumo do Pré-Sal, deve iniciar a operação.
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