Um relatório de inteligência financeira aponta que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fez dois saques em dinheiro vivo que totalizaram R$ 300 mil. O documento consta nos autos de um inquérito contra o peemedebista que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).
Em dezembro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu ao STF denúncia contra Renan no âmbito da Lava Jato — o senador é acusado de cometer os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia da Lava Jato, Renan teria recebido R$ 800 mil em propina por meio de doações da empreiteira Serveng. O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) foi denunciado junto com Renan. Janot ainda pede a perda das funções públicas dos parlamentares.
Em troca dos valores, os parlamentares teriam oferecido apoio político ao então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que mantinha a empreiteira em licitações da estatal.
Conforme o relatório, em 27 de dezembro de 2012, Renan efetuou o saque de R$ 100 mil em dinheiro vivo de sua conta no Banco do Brasil. A operação foi feita em Brasília. Em 30 de dezembro de 2014, Renan recebeu R$ 200 mil, às 10h46, da empresa Agropecuária Alagoas LTDA e efetuou saque de mesmo valor às 15h05. O saque foi feito em Maceió.
Defesa
Procurado, o peemedebista informou em nota que suas contas são "auditadas e fiscalizadas pela Receita desde 2007", não sendo encontrada qualquer irregularidade "porque não há nenhum centavo em minhas contas que não tenha origem lícita".
— Estão tentando criar suspeitas até em torno de saques, como se não fosse direito de alguém tirar dinheiro da própria conta.