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PIB brasileiro cresce só 0,1% em 2014, com pior resultado dos investimentos desde 1999

Brasil|

Por Rodrigo Viga Gaier e Flavia Bohone

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira teve crescimento mínimo de 0,1 por cento no ano passado, registrando o pior desempenho para os investimentos em 15 anos, com queda na produção interna e na importação de bens de capital.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a formação Bruta de Capital Fixo --medida de investimentos-- teve forte queda de 4,4 por cento, o pior resultado desde 1999, quando a baixa foi de 8,9 por cento. Em 2013, a formação bruta de capital fixo havia crescido 6,1%.

"Os investimentos devem continuar a recuar neste ano em virtude de um pessimismo em relação à economia, tanto no setor industrial quanto de serviços, comércio e do consumidor também, além dos apertos da política fiscal e monetária", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, ao comentar os números do Produto Interno Bruto (PIB).

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A taxa de investimento (FBCP/PIB) em 2014 ficou em 19,7 por cento.

O consumo das famílias em 2014 cresceu 0,9 por cento, pior resultado desde 2003. O ritmo de crescimento nas despesas do governo também desacelerou, passando para 1,3 por cento no ano passado, ante 2,2 por cento em 2013.

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Na análise dos setores da economia, os resultados que ajudaram a manter o PIB em campo positivo no ano passado foram agropecuária, com expansão de 0,4 por cento, e serviços, com alta de 0,7 por cento.

Apesar da expansão, o setor de agropecuária mostrou forte desaceleração ante a alta de 7,9 por cento em 2013. Este recuo, segundo o IBGE, reflete o desempenho da soja, que perdeu produtividade e cresceu menos em termos percentuais. Em 2014, a produção de soja teve um crescimento 5,8 por cento, muito inferior à expansão de 24 por cento em 2013.

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Por outro lado, a indústria mostrou retração de 1,2 por cento no ano passado.

"Para nós, o resultado de 2014 representa uma estabilidade", resumiu a coordenadora da pesquisa do PIB do IBGE, Rebeca Palis.

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ÚLTIMO TRIMESTRE

No quarto trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu 0,3 por cento na comparação com os três meses anteriores --resultado melhor que o esperado pelo mercado--, beneficiada pela expansão de 1,8 por cento do setor agropecuário e crescimento de 0,3 por cento do setor de serviços, enquanto a indústria teve queda de 0,1 por cento.

Do lado da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no período caiu 0,4 por cento. Também a despesa do governo recuou, 0,6 por cento, enquanto o consumo das famílias cresceu 1,1 por cento.

Em relação ao quarto trimestre de 2013, o PIB do país registrou retração de 0,2 por cento.

"Este ano será uma continuação do processo iniciado em 2014: pelo lado da oferta, de queda de novo da indústria, desaceleração de serviços e agricultura continuando a ser destaque; do lado da demanda, desaceleração do consumo, queda novamente de investimentos", disse Luis Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.

Pesquisa Focus do Banco Central com instituições financeiras, aponta previsão de retração de 0,83 por cento do PIB neste ano.

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(Reportagem adicional de Walter Brandimarte)

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