Lula era citado nas planilhas como "amigo"
Diego Herculano/Folhapress - 13.7.2016A PF (Polícia Federal) afirma que a investigação das planilhas apreendidas da construtora Odebrecht revelou pagamentos de R$ 8 milhões ao ex-presidente Lula. O valor teria sido debitado do saldo da "conta-corrente da propina", que correspondia ao agente identificado pelo codinome de “amigo”.
De acordo com o relatório de indiciamento do ex-ministro Antônio Palocci, enviado nesta segunda-feira (24) ao juiz federal Sérgio Moro, Lula era o cotado com o codinome 'amigo' nas planilhas.
O delegado Felipe Pace, responsável pelo inquérito sobre Palocci, afirmou no documento que a investigação sobre “a responsabilidade criminal do ex-presidente da República” não é feita pelo grupo de trabalho da Lava Jato, do qual ele faz parte, mas por outro delegado, Márcio Anselmo, que já investiga Lula.
— Luiz Inácio Lula da Silva era conhecido pelas alcunhas de “amigo de meu pai” e “amigo de EO”, quando usada por Marcelo Bahia Odebrecht e, também, por “amigo de seu pai” e “amigo de EO”, quando utilizada por interlocutores em conversas com Marcello Bahia Odebrecht.
PF diz que Lula é citado como ‘amigo’ em planilha de propinas da Odebrecht
Em nota, a defesa de Lula afirmou que os investigadores da Lava Jato não apresentam provas contra o ex-presidente e se baseiam em “convicção” e de achismos” para acusá-lo.
— A Lava Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações formuladas contra o ex-Presidente Lula. São, por isso, sem exceção, acusações frívolas, típicas do lawfare, ou seja, da manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política. Na falta de provas, usa-se da “convicção” e de "achismos”.
Propina
No despacho em que Palocci foi indiciado, a PF afirmou que a empreiteira comandada por Marcelo Odebrecht tinha uma “verdadeira conta-corrente de propina” com o PT. Para os investigadores, a conta era gerida pelo ex-ministro.
Segundo os investigadores, os pagamentos ao ex-ministro eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, setor responsável pelo pagamento de propina a políticos, em troca de benefícios indevidos no governo federal.