Favelas da região Sul têm o maior índice de vacinados contra a covid
Carla Carniel/Reuters - 14.04.2021Quase seis meses depois do início da vacinação contra a covid-19, 41% dos moradores de favelas e comunidades recebeu a primeira dose dos imunizantes no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Outdoor Social Inteligência em parceria com o G10 Favelas. Outros 15,5% possuem as duas doses e estão completamente imunizados.
A pesquisa entrevistou por telefone 435 pessoas em comunidades dos municípios de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís e Belém.
Entre os idosos com 65 anos ou mais, 87,1% dos entrevistados afirmam estarem imunizados com as duas doses, enquanto 6,5% estão parcialmente imunizados e 6,5% alegam que ainda não tomaram a vacina.
Os índices entre os jovens são baixos. A maioria da população entre 25 e 34 anos, o que corresponde a 79,9%, não tomou a vacina, assim como 84,8% dos entrevistados entre 18 e 24 anos.
As entrevistas mostraram ainda que as comunidades localizadas na região Sul possuem o maior índice de vacinação, de acordo com os entrevistados. Na região, 18,4% tomaram as duas doses, 36,7% apenas a primeira e 44,9% não foram. No Centro e Norte do país, a cobertura vacinal nas comunidades está mais lenta, 78,3% dos entrevistados ainda não tomaram a vacina, 10% estão parcialmente imunizados e 11,7% tomaram as duas doses.
A pandemia mudou o hábito de compras de medicamentos para 60% dos entrevistados e fez com que metade da população (51%) das comunidades entrevistadas passassem a consumir vitaminas como forma de suplementação para fortalecer o sistema imunológico.
Apenas 39,4% dos entrevistados afirmam que não mudaram em nada seu consumo de medicamentos. Outros 13,3% passaram a fazer estoque de remédios em casa e 6,1% afirmam ter comprado o "kit covid", que não tem eficácia comprovada contra a doença.
O relatório também mostrou também a importância do SUS (Sistema Único de Saúde) para as pessoas que vivem em comunidades. Em casos de problemas, 70% dos entrevistados afirmam que recorrem ao posto, enquanto 8,4% vão ao médico do plano de saúde e 17% buscam o atendimento das farmácias para solucionar o problema.