Dilma deve viajar nesta sexta-feira (5), para Porto Alegre, mas deve voltar no domingo para acompanhar as ações em torno do mosquito Aedes aegypti
Reuters
Após informações sobre a possibilidade de o zika vírus ser transmitido pela saliva e pela urina, a presidente Dilma Rousseff pediu aos seus ministros para que encurtem o feriado do carnaval e estejam em Brasília no início da semana. A presidente inclusive, já convocou uma reunião sobre o assunto na quarta-feira de Cinzas, às 14h.
Dilma deve viajar nesta sexta-feira (5), para Porto Alegre, mas deve voltar no domingo para acompanhar as ações em torno do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e do chikungunya. Segundo interlocutores, a presidente está bastante preocupada com o avanço da doença, especialmente com o aumento do número de casos de bebês com microcefalia.
Em uma demonstração de como está atenta à questão, Dilma deve participar pessoalmente da campanha de conscientização das Forças Armadas no próximo dia 13. A ideia é que a presidente vá a algumas casas conversar com moradores sobre as medidas que devem ser tomadas para eliminar o mosquito. Ela deverá participar da visita a residências no Rio, cidade que está no centro das preocupações do governo por conta das Olimpíadas.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz informaram nesta sexta-feira que isolaram o vírus zika ativo na saliva e na urina. Ainda não é possível informar se a transmissão da doença se dá por esses fluidos, mas a instituição recomenda que grávidas aumentem os cuidados e sugeriram que pessoas infectadas não beijem e compartilhem objetos, como talheres.
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Em conjunto, os Ministério da Ciência e Tecnologia e da Saúde desenvolveram um projeto que será apresentado na reunião de quarta-feira com uma série de medidas relacionadas ao surto da doença. Além de estudos relacionados ao desenvolvimento da vacina, o projeto prevê, por exemplo, um estudo de assistência para as famílias com crianças com microcefalia.
Nesta sexta também, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu a liberalização do aborto e dos contraceptivos nos países mais atingidos pela zika, que pode provocar má formação congênita em bebês em caso de contaminação de mulheres grávidas. A recomendação foi anunciada em Genebra, na Suíça, e leva em consideração legislações nacionais como a do Brasil, que não autorizam a interrupção da gravidez. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) já se manifestou contrária a essa opção e disse que o surto não justifica a defesa da interrupção da gravidez.
Nesta semana, a presidente foi à TV fazer um apelo pela mobilização nacional pela luta contra o mosquito.
— Vamos provar, mais uma vez, que o Brasil é forte, tem um povo consciente, e não será derrotado por um mosquito e pelo vírus que ele carrega.