Delcídio do Amaral está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília
Geraldo Magela/18.ago.2015/Agência SenadoAs bancadas da Rede Sustentabilidade e do PPS vão entrar com uma representação no Conselho de Ética do Senado Federal pela cassação do mandato do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), na próxima terça-feira (1º).
Delcídio, que foi detido pela PF (Polícia Federal) nesta quarta-feira (25), será acusado por quebra de decoro parlamentar, já que gravações feitas pelo filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, mostram que o senador teria tentado atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
A representação contra Delcídio será encabeçada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que consultou a executiva do partido antes de decidir por acionar o Conselho de Ética. Além do apoio do PPS, o PSDB também pode endossar a ação na próxima semana.
— A Rede Sustentabilidade deve entrar com representação até a próxima terça-feira. Esse é o prazo que aguardaremos para que a Mesa Diretora (do Senado) ingresse com o pedido. Buscaremos ainda o apoio de outros partidos para subscreverem a representação.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), foi um dos 13 senadores que votaram contra a manutenção da prisão preventiva de Delcídio, referendada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Além dele, o colegiado é composto por outros 14 parlamentares.
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) deve apresentar denúncia contra o senador Delcídio até segunda-feira (30). A previsão dos procuradores leva em conta o prazo mais curto para oficializar a acusação perante o STF (Supremo Tribunal Federal) no caso de investigado que já está preso.
Delcídio está desde a manhã desta quarta-feira (25) detido na superintendência da Polícia Federal de Brasília por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Ele teria oferecido um valor de R$ 50 mil por mês e uma rota de fuga até a Espanha para que Cerveró não o mencionasse na delação premiada ao MPF (Ministério Público Federal).
Em depoimento à PF, o senador disse a Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, que iria ajudar o ex-diretor "apenas por uma questão humanitária", com o intuito de confortar Bernardo.