Rogério Rosso usa camisa da Chape no lançamento de candidatura à presidência da Câmara
Reprodução/FacebookO deputado Rogério Rosso (PSD-DF) lançou oficialmente nesta segunda-feira (9) a candidatura à presidência da Câmara. Nas últimas semanas, o deputado já estava em pré-campanha, mas hoje usou a sua página oficial no Facebook para, em transmissão ao vivo, anunciar a candidatura, se posicionar sobre temas discutidos no Congresso e responder a perguntas de internautas.
Sem apoio formal do próprio partido e do bloco informal conhecido como 'centrão', Rosso busca fazer um corpo-a-corpo com bancadas pelo País durante o recesso parlamentar além de tentar dialogar diretamente com a sociedade, como fez com o lançamento da candidatura pelas redes sociais. Para isso, enta mostrar a sua personalidade: foi de Brasília a Goiânia de bicicleta no primeiro ato da pré-campanha, fez um vídeo tocando guitarra, para chamar os internautas para a transmissão ao vivo e usou camisa da Chapecoense para o vídeo de hoje.
Na pré-campanha e hoje durante a transmissão ao vivo, Rosso reitera sua posição contrária à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) explicando que sua principal divergência é constitucional.
— Está escrito na Constituição que não pode haver recondução [reeleição] de um biênio para outro biênio na mesma legislatura e tem acontecido essa insistência do Rodrigo Maia com ações no Supremo, o que gerou uma judicialização e gera uma insegurança jurídica para a eleição de quem será o vice-presidente da República.
Em seu favor, Maia usa o argumento que por ter mandato tampão, provisório, não seria afetado pelo artigo que não permite a reeleição. Maia foi eleito pelos deputados presidente da Casa em julho, após a cassação do então presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com 285 votos, o carioca derrotou Rogério Rosso, que teve 170 votos.
No vídeo do lançamento da candidatura, direto do Recife (PE), onde se encontrou com o governador Paulo Câmara (PSB), Rosso reiterou seu apoio a Lava Jato, com limites ao Judiciário, às 10 medidas contra a Corrupção e defendeou o estreitamento da relação da Câmara dos Deputados com a população. Voltou a afirmar que gostaria que houvesse um debate entre os candidatos à presidência da Câmara, para que a população conheça as posições de cada um sobre temas importantes ao País. A eleição para presidência da Câmara é indireta, ou seja, quem vota são os deputados.
— A população precisa saber o que pensam os candidatos porque eles ocupam o posto que na prática é do vice-presidente da República.
Rosso já esteve em campanha em Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Natal (RN), Fortaleza (CE). Do Recife volta a Brasília para acompanhar o lançamento da candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO), também do centrão, nesta terça(10) para a presidência da Câmara. Depois segue para os Estados do Sul, sobe para Sudeste, Centro-Oeste e Norte. Rosso diz que as viagens da campanha estão sendo pagas com recursos próprios.
— Por isso estou viajando sozinho, sem assessores.
Sem apoio
Rosso pertence ao PSD, sexta bancada da Câmara com quase 40 deputados, partido da base do governo Temer, fundado pelo ex-prefeito de São Paulo e atual ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. O candidato não tem apoio formal do seu partido porque parte do PSD deve apoiar a reeleição de Rodrigo Maia e defende que o partido não deveria ter candidatura própria.
O partido de Rosso é um dos maiores do bloco informal conhecido como centrão, formado por PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, Pros, PSL, PTN, PEN e PTdoB. Jovair Arantes (PTB-GO), que lançará sua candidatura oficialmente nesta terça (10) também é candidato do bloco e por isso Rosso e Arantes podem se aliar em uma única candidatura.
O centrão se formou na Câmara com a ascensão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que comandava o bloco informalmente. Ganhou força com o apoio praticamente maciço e decisivo ao impeachment de Dilma Rousseff. Por ter entre 260 e 270 deputados, mais, portanto, do que a metade da Casa e do que é necessário para aprovar projetos de lei e perto dos três quintos necessários (308) para aprovar propostas de emendas constitucionais, é considerado fundamental para a governabilidade do governo Michel Temer.
Além de Rosso, Maia e Arantes, André Figueiredo (PDT-CE) é o candidato da oposição à presidência da Câmara. O PSDB deve apoiar a candidatira de Rodrigo Maia.