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Seis em cada dez crianças e adolescentes vivem na pobreza

Unicef divulgou estudo "Pobreza na Infância e na Adolescência" na manhã desta terça-feira (14)

Brasil|Juliana Moraes, do R7

Crianças e adolescentes têm direitos negados
Crianças e adolescentes têm direitos negados Crianças e adolescentes têm direitos negados

Seis em cada 10 crianças e adolescentes vivem na pobreza no Brasil, de acordo com o estudo “Pobreza na Infância e na Adolescência”, divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), nesta terça-feira (14).

O levantamento, feito com base na Pnad 2015 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), aponta que a “pobreza é mais que renda”, pois leva em consideração fatores como educação, informação, trabalho infantil, moradia, água e saneamento. A ausência de um ou mais desses seis direitos coloca meninas e meninos em situação de “privação”. O estudo mostra ainda que 24,5% das crianças e adolescentes não têm acesso à internet, mas têm acesso à televisão.

“Incluir a privação de direitos como uma das faces da pobreza não é comum nas análises tradicionais sobre o tema, mas é essencial para dar destaque ao conjunto dos problemas graves que afetam as possibilidades de meninas e meninos desenvolverem o seu potencial e garantir o seu bem-estar”, explica Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

A pesquisa mostra que, no Brasil, 32 milhões de meninas e meninos (61%) vivem na pobreza, em suas múltiplas dimensões. Desses, 6 milhões são afetados somente pela pobreza financeira, que vivem em famílias “monetariamente pobres, mas têm os seis direitos analisados pelo estudo garantidos”.

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Outros 12 milhões, porém, além de viver na pobreza monetária, têm um ou mais direitos negados, estando em uma situação de privação múltipla. O estudo apresenta outro dado: 14 milhões de meninas e meninos têm um ou mais direitos negados, embora não sejam monetariamente pobres.

Somando esses dois últimos grupos, o Brasil conta com quase 27 milhões de crianças e adolescentes (49,7% do total) com um ou mais direitos negados, em situação de “privação”.

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Entre os aspectos analisados, o saneamento é a privação que afeta o maior número de crianças e adolescentes (13,3 milhões), seguido por educação (8,8 milhões), água (7,6 milhões), informação (6,8 milhões), moradia (5,9 milhões) e trabalho infantil (2,5 milhões).

Adolescentes

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Adolescentes são os que mais têm direitos negados (58% para o grupo de 11 a 13 anos, e 59,9% para os de 14 a 17 anos) que as crianças mais jovens (39,7% para o grupo de até 5 anos e 45,5% para as crianças de 6 a 10 anos).

Racismo

Os moradores da zona rural são mais afetados de privações do que os da zona urbana. Crianças e adolescentes negros sofrem mais violações do que os brancos, “reflexo da discriminação racial e exclusão que muitas crianças e muitos adolescentes sofrem no Brasil”. Moradores das regiões Norte e Nordeste enfrentam mais privações do que os do Sul e Sudeste.

Ainda de acordo com o levantamento, crianças e adolescentes experimentam um número maior de privações conforme crescem. Muitos deles, aliás, estão expostos a mais de uma privação simultaneamente. Há 14,7 milhões de meninas e meninos com apenas uma; 7,3 milhões com duas; e 4,5 milhões com três ou mais privações.

Neste último grupo, existem 13,9 mil crianças e adolescentes que não têm acesso a nenhum dos seis direitos analisados pelo estudo e, com isso, estão completamente à margem de políticas públicas.

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