O plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), por 59 votos favoráveis, 12 contrários e uma abstenção, a manutenção de Rodrigo Janot como procurador-geral da República por mais dois anos.
Mais cedo, a Comissão de Constituição e Justiça havia dado aval à permanência do procurador, indicado pela presidente Dilma Rousseff, após sabatina de mais de dez horas.
A maioria das perguntas dos parlamentares abordou a condução da Operação Lava Jato. Janot foi questionado sobre o vazamento de informações das delações e sobre supostas ingerências do Planalto nas investigações.
O momento mais tenso da sabatina aconteceu quando o senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PTB-AL) acusou Janot de vazar informações para a imprensa. Collor também afirmou que o irmão de Janot teria cometido crimes e figurou na lista de procurados pela Interpol em 1995.
Collor sussurrou xingamentos a Janot durante sabatina
Ao responder às perguntas, Janot foi interrompido diversas vezes pelo senador e chegou a pedir que Collor o deixasse concluir as explicações.
Desde que teve carros de luxo apreendidos durante uma das fases da Lava Jato, em julho deste ano, Collor tem criticado duramente a atuação de Janot à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República) e chegou a xingar o procurador-geral na tribuna do Senado.
Na última semana, a PGR apresentou denúncias contra Collor e contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Janot disse que “não houve nenhuma seletividade” para apresentar as denúncias.
Ele ainda declarou que não há previsão para que outras denúncias sejam apresentadas no STF (Supremo Tribunal Federal) contra políticos por envolvimento no caso de corrupção da Petrobras.
— Os inquéritos foram instaurados todos ao mesmo tempo, o que não quer dizer que as investigações sigam o mesmo tempo.