Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Senado aprova novo marco legal do saneamento, que vai à sanção

Projeto permite aos Estados a opção de terceirizar os serviços. Estimativa é que serão necessários R$ 700 bilhões para universalizar água e esgoto

Brasil|Do R7

Famílias moram ao lado de córrego em Maceió (AL). Projeto cria regras para saneamento
Famílias moram ao lado de córrego em Maceió (AL). Projeto cria regras para saneamento Famílias moram ao lado de córrego em Maceió (AL). Projeto cria regras para saneamento

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (24), com 65 votos favoráveis e 13 contrários, o projeto de lei do novo marco legal do saneamento básico, que altera as regras para a prestação de serviços de distribuição de água e esgoto nas cidades brasileiras e facilita a entrada de empresas privadas no setor.

O texto já foi aprovado na Câmara no ano passado e agora segue para a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

R7 Estúdio: Saneamento básico - o drama de quem não tem

Com a aprovação, esses serviços, que em 96% do país são feitos por empresas públicas ou de capital misto controladas por governos, como a Sabesp em São Paulo, ou a Cedae no Rio de Janeiro, poderão ser feitos por empresas e grupos privados.

Publicidade

As cidades e estados vão poder privatizar, conceder, ou terceirizar os serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto, condicionados a investimentos com compromisso de atender o máximo de pessoas possíveis com os serviços.

A iniciativa foi apresentada pelo Governo Federal, que vê no marco regulatório uma possibilidade de universalizar [tornar mais acessível] a cobertura de água e esgoto até 2033, prazo determinado pelo projeto. A expectativa é que a alteração possa movimentar R$ 700 bilhões de investimentos nesse período.

Publicidade

A sessão começou com a apresentação do relatório do projeto pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele defendeu a aprovação do texto e afirmou que o Brasil "não pode aceitar ter condições de saneamento equivalentes a que alguns países europeus já tinham no início do século 19 resolvido".

Leia mais: Com 100 milhões sem esgoto, saneamento é desafio em pandemia

Publicidade

O ministro Paulo Guedes constantemente vinha cobrando a aprovação do marco legal. As atenções se voltaram ainda mais ao projeto em razão da pandemia de covid-19, porque a falta de sanemaneto dificulta a higiene adequada na proteção contra o novo coronavírus a 100 milhões de brasileiros.

Votação

Em seguida, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) pediu que a votação fosse adiada para ser feita presencialmente, já que as sessões virtuais foram pensadas para atender temas ligados à pandemia de covid-19.

O pedido foi a votação, e senadores argumentaram que a questão do saneamento tem ligação com a pandemia em razão na necessidade de higiene da população. A pauta foi mantida na sessão por 61 votos a favor - outros 12 senadores votaram contra.

Na sequência, as lideranças orientaram como seriam os votos das bancadas. Muitos dos senadores aproveitaram o momento da fala para parabenizar o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pelo encaminhamento da votação tida como polêmica.

Já ao final da votação, Alcolumbre agradeceu a retiradas de todos os destaques apresentados e classificou a votação da matéria como "histórica". Segundo ele, a proposta era “aguardada há décadas por milhões de brasileiros”.

“Água é vida. Saúde é vida. A matéria deliberada na sessão de hoje protege a vida dos brasileiros em um momento de pandemia, no qual já foram perdidas mais de 50 mil vidas”, afirmou o presidente do Senado.

Convocado para finalizar a sessão, Tasso Jereissati disse estar "profundamente tocado" com o andamento da votação. "Talvez possa dizer que foi o projeto mais tocante do qual já participei", analisou ele, que lembrou ter se deparado com o problema de saneamento no Brasil ao visitar as periferias do Ceará durante sua campanha ao governo do Estado.

"Nós fizemos várias audiências públicas que contaram com o comparecimento de lideranças sindicais, organizações e especialistas e eu não me lembro de ter tido uma pressão dos sem-esgoto e nem dos sem-água. São 100 milhões e eles simplesmente não existem”, lamentou.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.