O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) afirmou nesta sexta-feira (29) que irá solicitar que os fatos referentes à Operação Lava Jato sejam acrescentados ao processo de impeachment, cuja admissibilidade será analisada pelo Senado. Até agora, a acusação é baseada nos atrasos de pagamentos do Tesouro Nacional a bancos públicos referentes a subvenções de crédito agrícola — as chamadas "pedaladas fiscais" — e a edição de decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso.
"Há uma nítida intenção da defesa da presidente Dilma Rousseff em restringir a acusação. Vamos pedir que a Operação Lava Jato seja incluída no processo. A exclusão da operação do processo na Câmara dos Deputados foi fruto de um acordo parcial entre Dilma e (o presidente da Casa) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), porque ambos não tinham interesse que a Operação Lava Jato entrasse no debate", acusou Cunha Lima na Comissão Especial do Impeachment do Senado.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, respondeu que incluir novos fatos — classificados por ele como genéricos — no processo agora impossibilitaria a atuação da defesa da presidente.
— Qual é a acusação da Lava Jato contra Dilma? Qual é o inquérito contra ela?. Teríamos então um processo "kafkiano" em que nunca se sabem ao certo quais são as acusações.
Até o momento, vários parlamentares do PP, PT, PMDB, PSDB, PR, entre outros partidos, são investigados na Operação Lava Jato. O único político com foro privilegiado que é réu decorrente da operação é o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha.