O senador eleito José Serra (PSDB) depôs nesta quinta-feira (30) na Polícia Federal, em São Paulo, no inquérito que investiga a ação do cartel metroferroviário, denunciado pela multinacional alemã Siemens. Serra negou ter beneficiado qualquer empresa durante seu mandato de governador do Estado (2006/2010).
Serra foi intimado para depor porque um executivo da Siemens, Nelson Branco Marchetti, declarou que, em encontro na Holanda em 2008, o então governador advertiu que se a multinacional alemã fosse à Justiça contra licitação vencida pela espanhola CAF, ele anularia o processo de concorrência porque o preço da multinacional alemã era 15% maior.
"No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador [José Serra] e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF", afirmou o executivo.
A CAF está citada na denúncia do cartel de trens de São Paulo em um esquema que funcionaria desde 1996 nos governos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.
Na PF, Serra afirmou que sua preocupação era com a preservação do erário, uma vez que A CAF venceu a concorrência pelo critério do menor preço.
Há duas semanas, o Conselho Superior do Ministério Público confirmou arquivamento de inquérito civil instaurado para investigar Serra no âmbito da improbidade.
Em julho, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, arquivou o inquérito ao considerar que, de fato, Serra agiu no interesse público. O arquivamento foi confirmado pelo Conselho Superior do MP.
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