BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou, nesta segunda-feira, que a preocupação dos países com sua segurança não pode estar acima dos direitos humanos, e defendeu uma "solução negociada" para a crise que multiplicou o fluxo de refugiados pelo mundo.
"Não podemos fechar os olhos para as causas profundas dessas crises. Só uma solução negociada de desenvolvimento para todos vai limitar o fluxo de grande número de pessoas pelo mundo", afirmou o presidente durante discurso na Reunião de Alto Nível sobre Grandes Movimentos de Refugiados e Migrantes, organizada pela ONU em Nova York. Temer está na cidade para a abertura da 71ª Assembleia-Geral da ONU.
"As preocupações legítimas dos governos com a segurança de seus cidadãos devem estar em consonância com direitos inerentes a cada ser humano. Se abrirmos mão da defesa intransigente desses direitos, estaremos abrindo mão de nossa própria humanidade", disse.
Temer citou ainda a nova lei de migrações brasileira, que tramita no Congresso, e afirmou que seu objetivo é "garantir direitos e não criminalizar migrações".
O presidente citou números de refugiados vivendo hoje no Brasil -cerca de 9 mil- e o aumento nos pedidos de refúgio, que teriam crescido 2.866 por cento entre 2010 e 2016. Do número de refugiados vivendo no Brasil, cerca de 2.300 são sírios, fugindo da guerra civil que assola o país nos últimos cinco anos. O Brasil tem sido pressionado para receber pelo menos mais 3 mil sírios.
Na terça-feira, Temer fará o discurso inaugural da Assembleia-Geral da ONU, que tradicionalmente cabe ao Brasil. O presidente ainda terá outros eventos, entre eles um sobre a ratificação do acordo de Paris sobre o clima, encontro com empresários e quatro reuniões bilaterais. Temer retorna ao Brasil na quarta-feira.
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(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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