A alta demanda por cesariana em detrimento ao parto normal é motivo de preocupação para o Ministério da Saúde. Em bate-papo nesta quinta-feira (5) com internautas, transmitido ao vivo pelo R7, o ministro Arthur Chioro afirmou que sua gestão também terá como meta “combater a violência obstétrica”.
Segundo Chioro, 84% dos partos no Brasil são cesarianas, enquanto que o número recomendado pela Organização Mundial da saúde é de no máximo 15%. Além de mais caro aos cofres públicos, a cesariana mal sucedida expõe mulher e bebê a riscos desnecessários como: 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e três vezes o risco de morte da mãe.
— O que nos motiva não é a ordem econômica. Ainda que se justificasse, há fundamentalmente um compromisso com a saúde pública. Vivemos uma epidemia de cesariana. Não podemos continuar observando essa situação parados.
O ministro fez questão de ressaltar que não é o caso de condenar a cesariana, mas também não dá para admitir o que chamou de violência obstétrica. A própria pasta já reconheceu que há médicos que optam por fazer o parto cirúrgico por comodismo, já que é agendado e rápido; enquanto o normal pode acontecer a qualquer momento e, muitas vezes, leva mais de 10 horas para a conclusão.
— Não se trata de condenar a cesariana bem indicada, ela pode salvar vidas e é uma conquista da medicina. Também não se trata de interferir no direito da mulher.