A adolescente de 13 anos que foi encontrada no Ceará após uma semana desaparecida de casa, em Samambaia (DF), usou documento falso para embarcar em um voo de Brasília com destino à capital cearense, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A investigação da 32ª Delegacia de Polícia mostrou ainda que a adolescente foi se encontrar com um homem, maior de idade, com quem mantinha um relacionamento virtual. Apesar do relacionamento online, a polícia diz que os dois já haviam se encontrado pessoalmente antes.
Câmeras de segurança registraram o momento em que a jovem sai de casa, passa pela rua e vai em direção à estação do metrô. A polícia não conseguiu imagens dela nos trens, mas, ao refazer os passos da garota, os investigadores confirmaram que ela seguiu até o Aeroporto Internacional de Brasília.
A apuração da 32ª DP mostra que a adolescente usou identidade falsa e embarcou para Fortaleza, onde se encontrou com o homem. Ela ficou hospedada na casa dele, de acordo com as investigações. A polícia busca saber como ela conseguiu o documento falso e acredita que a máscara de proteção e um boné a ajudaram no disfarce. A responsabilidade da companhia aérea também está sendo apurada.
Após uma semana desde que tinha deixado a casa, a garota foi encontrada no interior do Ceará. O homem que estava com ela vai responder por estupro de vulnerável.
O caso
A adolescente saiu de casa no dia 5 de novembro. Ela usava vestido rosa, jaqueta preta, boné e mochila. Na bolsa, carregava algumas peças de roupas, como biquínis, um rosa e outro colorido.
O último contato dela com a mãe foi no mesmo dia, por meio de SMS, quando disse que estava em aula. Desconfiada por nunca receber SMS da filha, a mãe foi à escola e descobriu que a adolescente nem havia chegado à instituição. Foi quando ela decidiu registrar ocorrência.
O delegado à frente do caso, Fernando Celso Rodrigues, explicou que o paradeiro da adolescente foi descoberto por uma ação integrada entre as polícias do DF e do Ceará. Ele destaca também a importância do registro da ocorrência. "Quem tem pessoas desaparecidas não pode demorar a procurar a delegacia ou fazer o registro online pelo site da PCDF. É importante a agilidade no registro, independentemente do que seja."
A reportagem procurou a Inframerica, administradora do Aeroporto de Brasília, e questionou a empresa sobre o embarque da garota com documento falso. A administradora informou que quem deve responder é a companhia aérea. A Gol, empresa em que a jovem voou, disse que "está à disposição das autoridades policiais para prestar quaisquer esclarecimentos."