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Atiradores com licença ameaçaram senadores por PL de armas

Polícia Legislativa identificou autores de ameaças a senadores que adiaram votação do projeto que flexibilza regras

Brasília|Alan Rios e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Clube de tiro
Clube de tiro Clube de tiro

A Polícia Legislativa identificou os autores das ameaças aos senadores que adiaram votação do projeto sobre liberação de armas. Um deles é um vigilante de Alagoas e o outro um empresário de São Paulo que possui pelo menos três armas em casa. Uma das vítimas da intimidação, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), confirmou que são pessoas com registro de colecionador, atirador esportivo e caçador (CAC).

“Imagina o que pode acontecer naqueles [casos] que ameaçam e as pessoas não registram boletim, aqueles que já vão, em um momento aí de raiva, de uma explosão, efetuando disparos. E eram CACs. A gente sabe que é a minoria das pessoas que faz isso, a maioria é respeitosa, mas os nervos estão muito à flor da pele, até pela tensão política”, avaliou, em entrevista ao R7.

Pelo menos três senadores revelaram que receberam xingamentos e ameaças de morte em razão do adiamento da votação do PL. O texto está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e busca flexibilizar o acesso a armas a caçadores, atiradores e colecionadores, conhecidos pela sigla CACs

O projeto não estabelece um limite máximo para aquisição de armas, deixando a quantidade exata para ser regulamentada pelo Comando do Exército. Os atiradores desportivos têm a indicação de adquirir ao menos 16 armas de calibre permitido ou restrito, das quais pelo menos seis poderão ser de calibre restrito. 

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Eliziane Gama (Cidadania-MA), Simone Tebet (MDB-MS) e Eduardo Girão (Podemos-CE) comentaram que receberam ataques nas redes sociais e por e-mail. Os três não concordaram com a votação do projeto na CCJ por causa de um trecho da matéria que amplia o porte de armas para diversas categorias, como membros do Congresso Nacional, agentes socioeducativos, defensores públicos, entre outros.

O tema causou discussão entre os senadores da comissão, o que acabou com o pedido de adiamento. “Então, como nada acontece por acaso, isso mostra o tamanho do problema. São pessoas que são CACs, têm armas, essa coisa toda. Então, é muito preocupante esse fato sobre todos os aspectos, e olha que foi um pedido de vista, não foi nem a votação do mérito”, ressaltou Girão. 

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O relator da matéria é o senador Marcos do Val (Podemos-ES), que falou sobre o tema nesta quarta-feira (16), no Senado. “Logo que os senadores solicitaram o pedido de vista começaram a receber ameaças. Eu mesmo sendo relator e favorável — todo mundo sabe que sou armamentista dentro do equilíbrio, dos limites de até onde pode ir —, fiquei muito incomodado e tomei a decisão de tirar de pauta esse projeto enquanto não chegássemos a esses autores.”

Marcos do Val também parabenizou o trabalho da Polícia Legislativa em identificar um dos autores em “apenas um único dia”. “Ele é de Maceió, é um CAC, um vigilante também, estava no seu quarto de hora e achou que pudesse mandar uma mensagem ofendendo a senadora Eliziane Gama, fez o mesmo com a senadora Simone Tebet e outro ameaçou também o senador Girão.”

A senadora Eliziane Gama afirmou que já foram colhidos depoimentos dos dois autores das ameaças. “Depois, soubemos que eram CACs. Está bem aí a nossa preocupação. Não é a primeira vez que eu e o senador Girão somos ameaçados”, disse, também em plenário. 

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