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Calheiros compara Lira a médico louco de conto de Machado de Assis

Após ser chamado de 'bobo' pelo presidente da Câmara, o senador deu a entender que Lira age como personagem literário

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O senador Renan Calheiros (MDB-AL)
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) O senador Renan Calheiros (MDB-AL)

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) voltou a provocar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), diante do impasse no Congresso sobre como deve ser a tramitação de medidas provisórias. Nesta sexta-feira (24), ele comparou Lira, sem citar, ao personagem de uma obra de Machado de Assis que comanda um manicômio e se perde na própria loucura.

"Fui a Itaguaí com Lula, terra do manicômio Casa Verde, de O Alienista, de Machado de Assis. João Bacamarte, psiquiatra, dava diagnósticos nos quais todos eram loucos. No final, o desequilibrado era ele, que se interna e morre só no sanatório", escreveu Calheiros em uma rede social, sem citar o nome de Lira.

Mais tarde, o senador confirmou em entrevista que a referência era ao presidente da Câmara, seu desafeto e adversário em Alagoas.

Nos últimos dias, Lira e ele têm trocado farpas por causa do modelo de tramitação das medidas provisórias. Calheiros chegou a chamar o presidente da Câmara de "tiranete" e disse que ele desrespeita a Constituição ao tentar diminuir a participação do Senado na análise das MPs. Lira rebateu e chamou o senador de "bobo", dizendo que Calheiros se comporta de maneira ridícula.

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"Há 55 anos Artur Costa e Silva editou o AI5. Outro tiranete, Arthur também, quer rasgar a Constituição e baixar o LIRA AI 2,5 para fechar o Senado e usurpar nossas funções. As MPs são provisórias. A democracia, a separação dos poderes e o bicameralismo são para sempre", disse o senador.

"O bom da liberdade de expressão é que permite até os bobos se manifestarem, embora no geral se comportem de maneira ridícula, panfletária e incendiária. Para gente desse naipe, o melhor seria a cadeira do psicanalista, não a do parlamento, pois em nada contribui com a democracia", respondeu Lira.

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Entenda o impasse sobre as medidas provisórias

Desde 2002, as MPs eram analisadas primeiro por uma comissão mista — composta de 12 deputados e 12 senadores, que discutiam e aprovavam os projetos — e só depois eram enviadas ao plenário do Congresso.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados

Esse rito foi interrompido durante a pandemia de Covid-19, como uma medida excepcional, quando as MPs passaram a ir direto ao plenário. Dessa forma, é o presidente da Câmara que dita as prioridades e o ritmo das análises. O Senado, nesse modelo, perdeu parte do protagonismo.

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Em 7 de fevereiro, o Senado decidiu pela volta imediata das comissões mistas. No entanto, nos bastidores, Lira tem feito uma queda de braço para manter as apreciações no plenário.

Em meio à disputa, a votação de propostas no Congresso fica comprometida. São 25 medidas provisórias que precisam ser analisadas em 120 dias para que não percam a validade. Entre elas, a que alterou a organização ministerial, a que transferiu a estrutura do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para o Ministério da Fazenda e a que alterou a regra de desempate de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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