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Congresso ainda não conseguiu dar ao STF detalhes sobre emendas de relator

Pacheco solicitou a cada um dos deputados e senadores que diga se usou recursos do orçamento secreto em 2020 e 2021

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Prédio do Congresso Nacional, em Brasília
Prédio do Congresso Nacional, em Brasília Prédio do Congresso Nacional, em Brasília

Em um ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), o Congresso Nacional informou que ainda não tem todas as informações referentes ao uso das emendas de relator nos anos de 2020 e 2021. No fim do ano passado, a Corte havia cobrado do Parlamento um detalhamento de quais deputados e senadores usaram esses recursos, diante da ausência de transparência na aplicação das verbas, o que levou as emendas de relator a serem chamadas de orçamento secreto.

O Congresso tinha até 17 de março para apresentar os dados sobre a utilização desses recursos e chegou a pedir que o prazo fosse estendido por 90 dias, mas o STF negou a solicitação. Com a recusa do Supremo, a Advocacia-Geral do Senado enviou um documento ao tribunal na semana passada, avisando que os relatores dos Orçamentos de 2020 e 2021, deputado Domingos Neto (PSD-CE) e senador Marcio Bittar (União Brasil-AC), ainda não haviam concluído os levantamentos.

Os dois tinham sido acionados pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que enviassem "os documentos e as informações atualmente disponíveis e no estado em que se encontram, ainda que incompletos, não estruturados ou pendentes de confirmação", sobre o uso das emendas de relator.

Bittar, contudo, ponderou que, à época da decisão do STF que determinou a publicidade das emendas de relator nos orçamentos de 2020 e 2021, "não existia qualquer obrigação legal, ou regimental, de que a indicação de beneficiários fosse acompanhada de documento que formalizasse o pedido". O senador afirmou que, "tendo em vista essa situação fática, não existe, nem poderia existir, na posse do relator-geral, qualquer banco de dados com os possíveis responsáveis pelas solicitações".

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Dessa forma, Pacheco solicitou a todos os deputados e senadores que informem se foram beneficiados com as emendas de relator entre 2020 e 2021. No documento, ele diz que "há dificuldades de levantamento das informações solicitadas pelo Supremo Tribunal Federal apenas pelos relatores-gerais". Após a manifestação de cada um dos parlamentares, o Congresso vai enviar as informações ao Supremo.

Em regra, as emendas de relator destinam-se a 30 programações diferentes, como o custeio dos serviços de atenção primária à saúde e dos serviços de assistência hospitalar e ambulatorial. Geralmente, prefeitos e outros agentes públicos solicitam ao Congresso a liberação de verbas para usarem nos seus municípios.

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Quando o pedido chega ao Parlamento, um deputado ou senador consulta o relator do Orçamento sobre a disponibilidade da verba. O relator então procura o ministério do governo federal mais propício a atender à demanda e pedir a liberação de recursos. Dessa forma, é comum que o Executivo priorize os pedidos de determinados deputados e senadores.

Existem muitos questionamentos em relação às emendas de relator, principalmente por elas serem usadas como artifício para que o governo consiga apoio em algumas matérias. Além disso, diferentemente das emendas individuais, não há uma distribuição igualitária desse tipo de recurso entre todos os deputados e senadores.

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