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CPI aprova requerimentos mirando subnotificações pela Prevent Senior

A comissão quer investigar a suposta adoção da prática ilegal como estratégia para mascarar dados da Covid-19

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, na CPI da Covid
O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, na CPI da Covid O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, na CPI da Covid

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou, nesta quinta-feira (23), requerimentos que miram investigar a suposta estratégia de subnotificação adotada pela Prevent Senior. A operadora de saúde é apontada em dossiê obtido pelos senadores de ter ocultado mortes pelo novo coronavírus, como revelado pelo R7, e impedido uso de equipamento de proteção individual (EPI) para o vírus circular nas unidades.

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, foi convocado para comentar sobre as suspeitas de subnotificação. O requerimento é do senador Eduardo Girão (DEM-CE), que cita os indícios das alterações médicas reveladas na CPI para justificar o pedido. A comissão obteve uma conversa de um médico da Prevent em que ele instrui outros funcionários a mudar a identificação da doença para outras causas, a fim de mascarar os dados da Covid-19.

A informação foi confirmada pelo diretor-executivo da operadora, Pedro Benedito Batista Junior, durante depoimento à CPI. Ele admitiu que a empresa orientou médicos a modificarem o código de diagnóstico (CID) dos pacientes que deram entrada com a doença após 14 dias do sintomas, no caso daqueles que permaneceram na enfermaria, e 21 dias aos internados na UTI. “O CID já poderia ser modificado porque eles não representavam mais risco à população do hospital”, justificou Batista.

No entanto, o senador Girão, que tem adotado um posicionamento pró-governo, apesar de se declarar independente, também pretende com a convocação questionar outros indícios de irregularidades nos registros no estado de São Paulo. No próprio pedido de convocação, o parlamentar relembra ter apresentado vídeos com denúncias sobre mortes que teriam ocorrido por outras causas, mas foram registradas como Covid.

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“Fiz questão, a título de exemplo, de mostrar aos senadores fato denunciado pelo cidadão, coincidentemente, do estado de São Paulo. Em face da gravidade da situação, entendo que faltou aos órgãos de controle e fiscalização uma averiguação mais apurada da situação, investigação essa que deve ser o quanto antes iniciada”, diz o texto do requerimento.

Também foi aprovada a convocação da advogada Bruna Morato, que acompanhou a elaboração do documento de médicos da Prevent Senior denunciando que a empresa tratou pacientes com remédios sem eficácia científica, como a cloroquina, além de ter realizado experimento sem autorização das famílias e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

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“Desse modo, a oitiva da advogada dos médicos denunciantes é fundamental para os esclarecimentos dos fatos investigados”, justificou o senador Humberto Costa (PT-PE), responsável pelo requerimento.

O depoimento de Bruna já foi acordado para acontecer na próxima terça-feira (28). Agora, os senadores acertam para adiantar a oitiva do secretário Gorinchteyn, também para a próxima semana. 

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Precisa Medicamentos

Os senadores também aprovaram dois outros requerimentos com o objetivo de aprofundar as investigações da rede de conexões em torno da Precisa Medicamentos, empresa que negociou 20 milhões de doses da vacina Covaxin a R$1,6 bilhão e teve o contrato suspenso em meio à série de indícios de irregularidades.

Desta vez, a CPI quer aprofundar as investigações a partir da empresa Barão Turismo, empresa que executou voos de funcionários da Precisa para a Índia e, conforme o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) “recebeu valores exorbitantes em apenas um ano pelos supostos serviços prestados”. “Não foi esclarecida, diante da falta de transparência dos envolvidos, a origem do dinheiro recebido e as reais atividades prestadas pela empresa.”

No requerimento, Vieira pede a quebra de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático da empresa. Na justificativa, o senador ainda destaca que a Barão Tur abriu uma offshore em 15 de fevereiro de 2021, nos EUA, mesmo mês em que o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos firmaram o contrato para aquisição das vacinas.

“Quase 1 milhão de reais foram transferidos no mês de fevereiro por empresas do Sr. Danilo Trento e Sr. Maximiano. Ademais, foi verificado um aumento significativo no recebimento de valores pela offshore constituída pela Barão Turismo. Cabe destacar ainda que as transferências de dinheiro no mês de fevereiro destoam de forma considerável dos valores recebidos no ano de 2020 pela mesma empresa”, sustenta Vieira no pedido.

Pelos mesmos motivos, Vieira solicitou, ainda, por outro requerimento também aprovado na sequências, as quebras de sigilo do dono da empresa, Raphael Barão Otero de Abreu. Ele já teve convocação aprovada pela CPI, no início de agosto, mas a oitiva ainda não foi marcada.

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