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Devendo R$ 204 mil à União, pastor gastou R$ 450 mil para abrir duas empresas 

Gilmar dos Santos, suspeito de interferir no MEC para liberar recursos, abriu editora de livros e faculdade de teologia neste mês

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O pastor Gilmar Silva dos Santos, durante evento no Palácio do Planalto em 2019
O pastor Gilmar Silva dos Santos, durante evento no Palácio do Planalto em 2019 O pastor Gilmar Silva dos Santos, durante evento no Palácio do Planalto em 2019

O pastor Gilmar Silva dos Santos, suspeito de ter agido de forma indevida no MEC (Ministério da Educação) e de ter pedido propina a prefeitos em troca da liberação de recursos da pasta, tem mais de R$ 204 mil em dívidas ativas com a União, mas mesmo assim usou R$ 450 mil para abrir duas empresas em Goiás no início deste mês.

Segundo informações da Receita Federal, em 8 de março o pastor investiu quase meio milhão de reais para fundar uma faculdade de teologia, com o nome de Instituto Teológico Cristo para Todos LTDA, e uma editora de livros, revistas e jornais religiosos, a Editora Cristo para Todos LTDA. O capital social das duas é de R$ 100 mil e R$ 350 mil, respectivamente.

Não foi a primeira vez que Gilmar abriu uma editora de livros em seu nome. Em 2013, ele gastou R$ 110 mil para criar a Editora e Publicadora Cristo para Todos Eireli. De acordo com os dados da Receita Federal, essa empresa e a faculdade de teologia foram cadastradas no mesmo endereço, no bairro Jardim América, em Goiânia. Já a sede da editora aberta neste ano fica em Aparecida de Goiânia.

O valor utilizado pelo pastor com os novos empreendimentos seria suficiente para ele quitar as pendências que tem com a União. Conforme números da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), Gilmar tem oito dívidas ativas, que totalizam R$ 204.111,92.

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Uma delas é previdenciária, de R$ 38.275,48, e sete são referentes a demais débitos tributários, que contabilizam R$ 165.836,44. Os valores devidos pelo pastor variam de R$ 6.109,32 a R$ 49.316,26.

Além disso, a Conimadb (Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil), instituição fundada por Gilmar e que é presidida por ele, deve R$ 1.150,53

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à União. A dívida é referente a impostos que não foram pagos.

Filha de Gilmar e sócia-administradora da primeira editora de livros criada pelo pastor, Quezia Ribeiro dos Santos Costa também acumula pendências com os cofres públicos. Ela tem duas dívidas ativas com a União, de R$ 3.865,40, pelo não pagamento de tributos.

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Investigação

Ao lado do também pastor Arilton Moura Correia, Gilmar é suspeito de ter cometido tráfico de influência no Ministério da Educação. Os dois são acusados, por exemplo, de terem pedido propina de R$ 40 mil a um prefeito do interior de São Paulo para facilitar o repasse de dinheiro público do MEC.

Por conta das denúncias contra os pastores, a Polícia Federal abriu uma investigação para apurar eventual favorecimento ilegal no repasse de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Educação). O inquérito foi instaurado após pedido da CGU (Controladoria-Geral da União).

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