Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Dupla cobrava R$ 1.500 para furar fila de cirurgias eletivas no HRAN

Duas mulheres acabaram presas por cobrarem de pacientes para passá-los na frente na fila de procedimentos cirúrgicos da Saúde

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

Auxiliar de enfermagem do HRAN e comparsa cobravam por cirurgias em hospitais públicos
Auxiliar de enfermagem do HRAN e comparsa cobravam por cirurgias em hospitais públicos Auxiliar de enfermagem do HRAN e comparsa cobravam por cirurgias em hospitais públicos

A Polícia Civil prendeu uma auxiliar de enfermagem do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e uma comparsa suspeitas de cobrarem por um agendamento de cirurgia eletiva na rede pública de Saúde. O valor cobrado era de R$ 1.500. A vítima tem um irmão que espera há cinco anos para operar uma hérnia, e falou sobre o problema com uma amiga, Sônia Lopes de Sousa, 44 anos, que disse ter uma forma de apressar o procedimento cirúrgico.

A pessoa a viabilizar a data da operação era a auxiliar de enfermagem Marlenita do Nascimento Silva, 56, que trabalhava no HRAN. A dupla responderá por corrupção passiva, com pena prevista de até 12 anos de prisão. O caso está a cargo da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires). A denunciante procurou a DP depois de marcar com Sônia para fazer o repasse do dinheiro em um condomínio na Rua 4 da região administrativa.

As mulheres combinaram o esquema por mensagens de celular. Para não levantar suspeitas, elas evitavam mencionar a palavra “cirurgia”. Em vez disso, falavam sobre um “evento”. Por isso, a operação foi batizada de "Evento Ilícito". A vítima era amiga de Sônia, responsável por cobrar para a marcação da cirurgia. Nesse caso, Marlenita chegou a pedir que o irmão da vítima realizasse os exames.

De acordo com a Polícia Civil, Sônia marcou o encontro com a amiga para receber o dinheiro depois que a auxiliar de enfermagem teve acesso aos exames da vítima. O procedimento cirúrgico deveria acontecer nesta sexta-feira (24), desde que o pagamento fosse realizado até esta quarta (22). Foi quando a vítima procurou a polícia. Os policiais prenderam a suspeita em casa. Já na DP, Sônia informou o nome de Marlenita e permitiu que os investigadores tivessem acesso ao seu celular.

Publicidade

Marlenita, por sua vez, foi presa no HRAN, no posto de enfermagem da ala cirúrgica. Agora, os policiais esperam que novas vítimas denunciem a dupla. Muitos brasilienses aguardam para passar por procedimentos que foram adiados ou suspensos devido a pandemia de Covid-19. A Secretaria de Saúde têm aberto leitos para tentar reduzir a longa fila de espera.

O secretário de Saúde, general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, destacou que a servidora está presa, e que é um problema policial. “A servidora está presa, e não vamos admitir de forma nenhuma que isso aconteça. Os diretores [do HRAN] conversaram comigo. Seguiram o protocolo. É um problema policial”, afirmou.

Publicidade

Liberdade provisória

Em audiência de custódia nesta quinta-feira (23), a juíza do Núcleo de Audiência de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) concedeu liberdade provisória à dupla. Em contrapartida, elas deverão comparecer a todos os atos do processo, estão proibidas de sair do DF sem autorização judicial, proibidas de mudar endereço sem comunicar à Justiça, proibidas de se comunicarem uma com a outra e, no caso de Sônia, proibida de voltar ao local onde se encontrou com a vítima.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.