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Em consulta pública, maioria é contra receita para vacinar crianças

Secretária de Enfrentamento à Covid-19 disse que a maior parte das pessoas também apoia a vacinação de crianças

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Maioria também concordou com vacinação prioritária de crianças com comorbidades, disse Rosana Leite de Melo
Maioria também concordou com vacinação prioritária de crianças com comorbidades, disse Rosana Leite de Melo Maioria também concordou com vacinação prioritária de crianças com comorbidades, disse Rosana Leite de Melo

A maioria das pessoas que contribuíram na consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 é contrária à exigência de prescrição médica para a imunização. A informação foi prestada pela secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, no início da audiência pública realizada nesta terça-feira (4) que discute a vacinação.

A consulta foi aberta no dia 23 de dezembro e finalizada em 2 de janeiro. Rosana afirmou que 99.309 pessoas haviam participado da consulta, número maior que o informado pelo Ministério da Saúde na última segunda-feira, de 24 mil pessoas.

"A consulta pública que abrimos em 23 de dezembro mostra o compromisso do governo federal com o amplo debate para implementação de políticas públicas, especialmente em relação a essa agenda", afirmou Rosana. De acordo com ela, a maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato da vacinação e se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização de crianças com comorbidades.

Após a audiência pública desta terça-feira, o governo vai informar a decisão relativa à vacinação de crianças, com as diretrizes a ser adotadas pelos municípios e estados, nesta quarta-feira (5). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) autorizaram, no dia 16 de dezembro, o uso da vacina Comirnaty, da Pfizer, em crianças de 5 a 11 anos.

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Desde então, houve muita resistência por parte do governo federal, com falas do presidente que questionam a segurança do imunizante. O presidente Bolsonaro e o ministro Queiroga já se manifestaram favoráveis à exigência de prescrição médica para que as crianças sejam vacinadas.

A medida é questionada por especialistas, que dizem que a ação pode retardar e dificultar a vacinação de parte da população que tem dificuldade de acesso a médicos. O ministro da Saúde chegou a criticar prefeitos e governadores contrários à exigência, com o argumento de que a maioria não é da área da medicina.

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No último dia 27, Bolsonaro afirmou que não vai vacinar a filha, Laura, que tem 11 anos, contra a Covid-19. "Espero que não haja interferência do Judiciário, porque a minha filha não vai se vacinar, [quero] deixar bem claro", afirmou, referindo-se ao STF (Supremo Tribunal Federal). 

Em pronunciamento no último dia 31, o presidente voltou a falar no assunto. “Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendemos que as vacinas para crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, afirmou.

A postura é amplamente criticada pela sociedade científica, tendo em vista que a vacinação foi autorizada pela Anvisa. A SBP já defendeu publicamente a vacinação de crianças contra a Covid-19. Outros órgãos e entidades também já se manifestaram em defesa da segurança da vacina em crianças, como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que produz vacinas no Brasil.

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