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Em Portugal, Lula volta a atacar juros: 'Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%'

Taxa está há oito meses em 13,75% ao ano, o maior percentual desde 2016; presidente do BC disse que 'economia não gira na Selic'

Brasília|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cerimônia no Palácio do Planalto
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cerimônia no Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em cerimônia no Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (24) o atual patamar da taxa básica de juros do Brasil, mantida em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. Em encontro com empresários em Matosinhos, na região do Porto, em Portugal, o petista afirmou que a Selic está "muito alta". Lula vem fazendo reiteradas críticas à taxa de juros desde que assumiu o governo.

"Temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. Não existe dinheiro mais barato", criticou Lula ao se dirigir a António Costa, primeiro-ministro português, durante o evento em Matosinhos. 

Durante a reunião, Lula afirmou que um país capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular "não apenas na mão de poucos, mas na mão de todos". 

"É por isso que sempre digo que a solução do Brasil é a gente voltar a colocar o pobre no orçamento. É a gente garantir que os pobres possam participar, porque, quando eles virarem consumidores, eles vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica. É a coisa mais normal de uma roda-gigante da economia funcionando e todo mundo participando", afirmou.

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'Economia não gira em torno da Selic'

Na última sexta-feira (21), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a economia não gira em torno da taxa básica de juros da economia brasileira. A resposta foi dada durante o evento Lide Brazil Conference, em Londres, Inglaterra, a um empresário que havia afirmado que o elevado patamar da taxa de juros atrapalha o crescimento do país.

Campos Neto falou que só 20% do crédito é ligado à Selic, e o restante está relacionado a taxas longas. "Obviamente, o Banco Central quer diminuir o juro", disse.

"Se a gente não conseguir fazer um movimento na Selic com credibilidade, a taxa longa não cai", justificou o presidente do BC. "O que move o Brasil não é a taxa de juros de um dia, é a taxa de juros de três, cinco, dez anos. Para fazer com que a baixa da Selic gere um movimento de queda prolongada de juros, precisa ter credibilidade. O Banco Central está esperando o melhor momento para fazer isso, com um ganho real para as pessoas. A economia não gira na Selic", completou.

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