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Governador do Acre é alvo de operação da PF sobre esquema que teria desviado R$ 120 milhões

São cumpridos 89 mandados em 6 estados e no DF; Justiça mandou apreender o passaporte de Gladson Cameli

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, e Bia Gurgel, da Record TV

Viatura da PF em frente a Secretaria de Obras Públicas no Acre
Viatura da PF em frente a Secretaria de Obras Públicas no Acre Viatura da PF em frente a Secretaria de Obras Públicas no Acre

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quinta-feira (9) uma operação para desarticular uma organização criminosa envolvida em corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a corporação, a cúpula do Governo do Acre está envolvida nos crimes. De acordo com fontes ouvidas pela Record TV e pelo R7, o governador do estado, Gladson Cameli (PP), está em Brasília e teve o pedido de passaporte apreendido.

Em nota, a defesa do governador diz que "vê com surpresa a terceira fase do um inquérito e que trata-se de uma investigação baseada em uma 'pescaria probatória' e uma devassa financeira ilegal, que atacou a família do governador como forma de driblar o foro adequado". A nota diz ainda que o governador já prestou os devidos esclarecimentos, colocou-se à disposição das autoridades. (Veja a íntegra ao final da reportagem).

Mais de 300 policiais cumprem 89 mandados de busca e apreensão no Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas, Rondônia e no Distrito Federal. A operação — que tem o nome Ptolomeu — é uma atuação da PF com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal (RFB).

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 120 milhões, por meio do bloqueio de contas e sequestro de aeronaves, casas e apartamentos de luxo que, segundo a investigação, teriam sido adquiridos com o dinheiro desviado. Na mesma decisão, 15 empresas investigadas tiveram as atividades econômicas suspensas.

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O STJ determinou ainda medidas cautelares como a suspensão do exercício da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos, o impedimento de contato entre os investigados e a proibição de se ausentar do país, com a entrega de passaportes no prazo de 24 horas.

Operação Ptolomeu

De acordo com a PF, a operação de hoje é desdobramento de fases anteriores da investigação, realizadas em 2021, quando, segundo a PF, teria sido identificada uma organização criminosa, supostamente controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Governo do Acre.

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Eles estariam desviando recursos públicos e ocultando a origem e o destino dos valores desviados, por meio de lavagem de dinheiro. Esta nova fase da investigação busca o ressarcimento de parte dos valores desviados dos cofres públicos. 

O nome da operação faz referência ao apelido utilizado por um dos principais “operadores” do esquema criminoso, além de aludir à cidade natal de grande parte dos investigados. Ptolomeu foi um cientista, astrônomo e geógrafo de origem grega, que primeiro catalogou a Constelação do Cruzeiro do Sul em seu livro Almagesto, produzido no século II.

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Defesa de Gladson Cameli divulga nota sobre a operação

Veja abaixo a nota divulgada pelos advogados de Gladson Cameli:

"A defesa vê com surpresa a terceira fase de um inquérito que se arrasta há dois anos. Trata-se de uma investigação baseada em uma pescaria probatória e uma devassa financeira ilegal, que atacou a família do governador como forma de driblar o foro adequado.

Desde então, o governador já prestou os devidos esclarecimentos, colocou-se à disposição das autoridades e assim permanece. O governador confia na Justiça e irá cumprir todas as medidas. E respeitosamente irá recorrer das cautelares, o que inclui a descabida ordem para não falar com o próprio pai e irmãos."

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