Lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde
Isac Nóbrega/PRO governo federal lançou, nesta segunda-feira (25), o Programa Nacional de Crescimento Verde. O objetivo, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, é aliar a redução das emissões de carbono, a conservação de florestas e o uso racional de recursos naturais com a geração de emprego verde e o crescimento econômico.
A cerimônia de anúncio do programa aconteceu nesta tarde, no Palácio do Planalto. O governo não detalhou quais ações serão adotadas pela iniciativa, mas informou que instrumento vai servir para que o Brasil aprimore indicadores ambientais e institua um novo modelo de crescimento econômico baseado no uso racional dos recursos naturais com produtividade e inclusão social, além de implementar a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que são os compromissos climáticos do país.
“O lançamento é para deixar claro como o Brasil tem R$ 400 bilhões na direção verde. Investimentos e financiamentos que são bastantes robustos. Se você comparar outros países do mundo, nós temos um volume relevante de recursos, todos eles com alguma característica verde. Energias renováveis, agricultura de baixo carbono, ecoturismo, restauração florestal”, disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
O programa será conduzido pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e Crescimento Verde, que, de acordo com o governo, facilitará o planejamento, a execução e o monitoramento de resultados. O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Economia coordenarão esse comitê.
COP-26
A apresentação do programa acontece a poucos dias da 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que acontecerá entre 31 de outubro e 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia.
O Brasil chegará ao evento pressionado por conta da alta do desmatamento da Amazônia ao longo de 2021. Segundo dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), só em setembro, o bioma perdeu diariamente uma área de floresta maior do que 4 mil campos de futebol. No mês, foram devastados 1.224 km², a pior marca para setembro em 10 anos.
Esse foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década: março, abril, maio, julho e agosto também registraram o pior desmatamento desde 2012, segundo o Imazon. Com isso, o acumulado de janeiro a setembro deste ano chegou a 8.939 km², 39% a mais do que no mesmo período em 2020 e o pior índice em 10 anos.
Apesar disso, Leite disse que o governo federal reconhece um desafio, mas vai levar um Brasil real para a COP do Clima, "um Brasil empreendedor, que realmente faz uma atividade verde”. "Qual é esse desafio? É de desfazer a ideia que desenvolvimento da agenda ambiental possui um caráter meramente punitivo, que somente onera as ações propostas. Por isso, em outra direção, vamos incentivar, apoiar, inovar projetos verdes para que promovam empreendedorismo, inovação sustentável, mostrando que o futuro verde está aqui, no Brasil”, comentou o ministro.