Pedro Benedito Júnior: 'Ministério usou documento interno da Prevent Senior para incorporar à normativa da pasta,'
Edilson Rodrigues/Agência Senado - 22.09.2021Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nesta quarta-feira (22), o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, disse que o Ministério da Saúde usou sem a anuência da operadora um documento elaborado internamente para incorporar à uma normativa da pasta. O documento foi publicado em redes sciais por Bolsonaro e aliados.
O diretor foi questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se não houve nenhuma tratativa para a formação da nota. “Não houve. Eles simplesmente utilizaram um documento interno da Prevent, um documento que é utilizado para orientação médica, para incorporar à normativa do Ministério da Saúde, sem nenhuma anuência ou, então, participação nossa”, afirmou o diretor da empresa.
Eliziane citou que a nota técnica em questão foi apresentada pela secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”. “O único momento em que a Prevent Senior foi convidada para conversar com o Ministério da Saúde foi no momento em que eles convidaram diversos setores de hospitais, outras operadoras, e fizeram reuniões individuais com todos, ainda no começo da gestão Pazuello, muito tempo depois desses protocolos serem utilizados como referência”, afirmou o diretor. Pedro Benedito Júnior frisou que jamais houve qualquer tipo de acordo entre Prevent Senior e governo federal. Segundo ele, na referida reunião foi apenas solicitado que apresentassem o que a Prevent fazia.
Em outro momento da oitiva, Pedro Benedito afirmou que o Ministério da Saúde “utilizou protocolos que foram utilizados pela Prevent Senior para anexar nas suas planilhas”, mas negou que tenha havido qualquer contato “para desenvolvimento de qualquer protocolo
junto ao Ministério da Saúde”. Os senadores lembraram que o presidente Jair Bolsonaro chegou a colocar nas suas redes sociais números de um estudo da Prevent com cloroquina. Os parlamentares alegaram que a publicação por parte do mandatário foi antes de o estudo ser publicado, mas o médico negou.