Os servidores do Banco Central prometem endurecer os protestos e interromper parcialmente o atendimento ao público após o presidente Jair Bolsonaro anunciar a suspensão de reajuste salarial prometido aos policiais. A distribuição de cédulas, a manutenção dos sistemas informatizados e a prestação de informações para o sistema financeiro também devem ser afetadas. Uma nova paralisação está marcada para o dia 9 de fevereiro.
"Ele [Jair Bolsonaro] não falou que cancelou ou revogou o reajuste dos policiais. Disse 'suspendeu', que é segurar um pouco no tempo. Acreditamos que ele vai avaliar até o limite, que é no dia 4 de abril, para depois conceder de fato o reajuste", disse o presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), Fabio Faiad.
Apesar das conversas "produtivas" e "positivas" com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Fábio Faiad afirma que é esperada uma resposta concreta do governo ainda na primeira quinzena de fevereiro. Caso contrário, a categoria vai debater a proposta de greve por tempo indeterminado, a partir do dia 9 de março.
Pressão
A paralisação dos servidores na última terça-feira (18) foi considerada um sucesso pelo sindicato. Somando-se as participações virtuais — servidores que desligaram os computadores e os que participaram da assembleia virtual do sindicato —, a ação atingiu a meta de 50% de adesão, sem prejudicar serviços essenciais. A expectativa é aumentá-la para, no mínimo, 65%, no dia 9 de fevereiro.
O objetivo das mobilizações é reivindicar um reajuste salarial de 28% e a reestruturação das carreiras de analista e técnico do Banco Central. A demanda já existia, mas uma ação mais efetiva por parte dos servidores teve início depois que o governo prometeu aumento a profissionais da segurança pública, prevendo R$ 1,7 bilhão no Orçamento deste ano.