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Guedes aposta em crescimento e critica 'barulho infernal da política'

O ministro minimizou a queda de 0,1% do PIB no 3º trimestre e criticou economistas que estimam queda para 2022

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes O ministro da Economia, Paulo Guedes

Mesmo com a queda de 0,1% do PIB no 3º trimestre e as revisões do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que mostram que o saldo do emprego no Brasil em 2020 foi negativo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender, nesta sexta-feira (3), a ideia de que o país está em ritmo de crescimento econômico e que versões diferentes representam falsas narrativas de quem "está querendo destruir uma dinâmica de crescimento que estamos recompondo".

"Não sou ufanista dizendo que o Brasil é o maior país do mundo, que está fazendo o melhor trabalho. Não estou dizendo isso. Estou apenas combatendo as narrativas falsas, de quem subiu em cadáveres para fazer política", disse ele durante o Encontro Anual da Indústria Química. Guedes afirmou que é necessário "resistir ao pessimismo, às narrativas políticas, ao barulho infernal que a política tem feito sobre a economia brasileira".

O ministro rebateu os indicadores que preveem baixo crescimento em 2022 e sustentou que essa será mais uma previsão pessimista que vai falhar. "Estão rolando a desgraça para o ano que vem. No primeiro ano, disseram que não conseguiríamos fazer as reformas. Fizemos. No segundo ano, chegou a pandemia. Iríamos cair 10% e entrar em depressão — nós caímos 4% e voltamos em V, como eu disse", alegou, acrescentando que "o Brasil está condenado a crescer" e prevendo que em 2022 o PIB deve atingir 20%. 

Para justificar a queda do PIB no 3º trimestre, Guedes afirmou que se trata de uma queda localizada e que "se dissipa", puxada pelo setor agrícola, que caiu 8% nesse período e já vinha de um ritmo de declínio. "É como foi Brumadinho: uma tragédia terrível. O PIB caiu e, no segundo semestre, já estava voltando, logo no início do nosso governo. Esse impacto da agricultura é igual. Ele se dilui. Em três, quatro meses, foi diluído. Temos que olhar para a taxa de investimento, que está no pico e desde 2014 não está em um nível tão alto."

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"Saímos do fundo do poço, e a economia está de pé de novo", disse Guedes. "É inevitável. Estamos retomando o crescimento, saindo de uma fase de recuperação cíclica, baseada em transferências de renda, e indo para o crescimento sustentado", completou Guedes, que aposta sobretudo no aumento dos investimentos com a política de privatização. 

Privatização

Na avaliação do ministro, a saída está na privatização e nos marcos regulatórios que permitem essa transição. Guedes citou o marco do saneamento e disse que a medida foi determinante para o investimento, que, em um mês, superou todo o orçamento público anual que poderia ser designado para empresas do setor. 

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"A saída é pelo setor privado. Elétrico, energia, aeroportuário, setor químico. Todos nós estamos aumentando a previsão de investimento", disse. O ministro ainda previu que terminaria o governo sem aeroportos geridos pelo setor público. "Todos os aeroportos serão privados."

Reformas

Ainda tecendo críticas aos indicadores que mostram um desequilíbrio fiscal, Guedes afirmou que o governo conseguiu "controlar as quatro grandes despesas públicas". Ele citou a reforma previdenciária, a mudança nas dosagens de política fiscal e monetária para equilibrar os juros sobre dívidas, os salários do funcionalismo público, com aumentos congelados durante a pandemia, e a PEC dos Precatórios como uma vitória para incluir o pagamento das dívidas da União no teto de gastos públicos.

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"Gostaríamos que fosse para sempre, mas aprovaram somente até 2026", afirmou Guedes sobre a PEC dos Precatórios, considerando que a versão final do texto aprovada pelos parlamentares foi "satisfatória". Com a medida, Guedes disse que será possível bancar o Auxílio Brasil no valor de R$ 400, além de investir em vacinas e manter a desoneração dos 17 setores da economia atualmente beneficiados com a isenção fiscal. 

Por outro lado, o ministro pressionou pela discussão das reformas do Imposto de Renda e administrativa. Quanto à primeira, a proposta é tributar os dividendos em pelo menos 15% e reduzir a contribuição do trabalhador assalariado e a taxação das empresas. "Não é ato de inteligência sabotar a reforma, como foi feito."

"É dentro das empresas que tudo acontece: investimento, inovações, aumento da produtividade do trabalhador, criação de empregos. Temos que reduzir as tributações dentro das empresas." A contrapartida é tributar o dono afluente. "Ao super-rico, é razoável que antes de comprar o avião, a lancha, a casa de campo, um castelo na França, é natural que pague o Imposto de Renda, 15%, o que é relativamente baixo", avaliou. 

Sobre a reforma administrativa, Guedes defendeu a proposta de "implementar a melhoria de avaliação e desempenho [do servidor] e controlar as despesas futuras nesse setor sem atingir nenhum direito dos trabalhadores atuais".

Com a pandemia, os reajustes salariais foram congelados, o que, segundo Guedes, proporcionou a melhora da situação financeira de 5,5 mil prefeituras. "Ao mesmo tempo, governadores nunca tiveram tanto caixa", disse. "Isso permitiu controlar essa terceira grande fonte de despesa, porque os salários voltaram a um nível compatível com o que é feito no setor privado."

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