Apesar dos apelos das empresas de transporte coletivo, a alta de 24,9% no preço do diesel nas distribuidoras, anunciada nesta quinta-feira (10) pela Petrobras, não deve impactar a tarifa das passagens de ônibus no Distrito Federal e no Entorno. Foi o que garantiu a Semob (Secretaria de Transporte e Mobilidade).
O reajuste representa um aumento de R$ 0,90 no valor do combustível repassado das distribuidoras para os postos e terá um impacto de 7,5% no custo das empresas operadoras de transporte coletivo, segundo a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos).
"Esses aumentos terão que ser repassados às tarifas caso não sejam compensados pelo poder público, porque muitas empresas de ônibus urbano de todo o país ficarão impossibilitadas de continuar suas operações, o que afetará diretamente a vida de 43 milhões de passageiros que dependem desse serviço todos os dias", informou a associação nesta quinta-feira (10).
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No entanto, o GDF parece não estar disposto a atender ao pedido do setor e decidiu manter o congelamento de qualquer aumento, tanto no itinerário distrital quanto para o Entorno. “Decidimos absorver esse custo para poder diminuir o impacto para a sociedade”, afirmou o secretário de Mobilidade, Valter Casimiro Silveira. Segundo ele, mesmo com autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para corrigir em 25% os valores, as passagens não sofrerão mudanças nas linhas.
Se o aumento fosse repassado aos passageiros, algumas tarifas ficariam na casa dos R$ 9 e R$ 10. Atualmente, quem mora no Novo Gama, por exemplo, paga R$ 8,40 pela passagem para Brasília, e passaria a pagar R$ 10,50. Já passageiros de Águas Lindas pagariam R$ 9,75, em vez dos atuais R$ 7,80. E a passagem de Luziânia para Brasília, que custa R$ 7,40, aumentaria para R$ 9,30.
A decisão do governo local de não aplicar o reajuste de 25% nas passagens do Entorno pode provocar a paralisação de mil ônibus, segundo a Anatrip (Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiro). "O GDF está tratando as empresas do semiurbano com desigualdade, pois não existe a tarifa técnica nem subsídios para as empresas do Entorno, tampouco isenção do ICMS do óleo diesel", informou a associação.
Alta dos combustíveis
O segundo aumento deste ano no preço da gasolina e do diesel começa a vigorar nesta sexta-feira (11). De acordo com a Petrobras, o litro da gasolina passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 e o do diesel, de R$ 3,61 para R$ 4,51. O reajuste de 18% e 25%, respectivamente, leva em conta a prática de preços competitivos adotada há seis anos pela estatal.