O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou na manhã desta segunda-feira (20) que a pasta "não medirá esforços" para normalizar a situação dos consumidores que sofrem com a falta de energia elétrica em algumas localidades do litoral norte de São Paulo após fortes chuvas atingirem a região neste fim de semana. Ao menos 36 pessoas morreram e outras 1.730 desalojados.
Segundo o ministério, as principais causas das interrupções de energia elétrica são os deslizamentos de terra e alagamentos que afetaram as redes de distribuição da região.
“Estamos agindo para que o devido atendimento à população seja realizado, envolvendo todos os recursos necessários para restabelecimento do fornecimento de energia elétrica àquelas áreas que foram impactadas pelas chuvas ocorridas nos últimos dias. Não sossegaremos até que a situação seja restabelecida”, afirmou o ministro.
O ministério afirma que as áreas impactadas envolvem concessões da Elektro e EDP. Segundo a pasta, as empresas já foram acionadas e estão com equipes de emergência mobilizadas e atuando na região, com o acompanhamento do próprio ministério e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em algumas localidades, o restabelecimento já foi realizado. Em outras, as empresas não conseguiram atuar, em razão de dificuldades de acesso aos locais ou por questões de segurança, em pontos protegidos pela Defesa Civil.
Para além do restabelecimento de energia, o ministério articula outras possíveis ações de apoio à comunidade com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e as empresas de distribuição.
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Atuação EDP e Elektro
Ao Ministério de Minas e Energia, a EDP informou, em nota, que está atuando em parceria com a Defesa Civil de forma ininterrupta para atender às demandas dos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba e “normalizar o serviço de distribuição de energia o mais rápido possível”.
No pico da contingência, a empresa teve 13,8 mil clientes desligados na região. Desses, 4,7 mil já foram restabelecidos. Cerca de 9 mil clientes ainda estão com fornecimento desligado. Desse total, 6,5 mil estão localizados em áreas cujo acesso está interditado pela Defesa Civil. Por meio do Instituto EDP, a empresa também está doando colchões, roupas de cama e de banho, material de higiene pessoal e de limpeza aos municípios atingidos.
A Elektro relatou ao MME que acompanha 75 eventos nos municípios de Ubatuba, Ilhabela e Bertioga, o que atinge cerca de mil unidades consumidoras. “As equipes estão mobilizadas para promover o restabelecimento, havendo prejuízo no acesso em algumas localidades”, reforçou em nota.
Também ressaltaram que estão em contato com os representantes locais para o apoio das solicitações e para envio de mais equipes em pontos em que a situação possa se agravar. O acesso de trabalho para as equipes da empresa ainda continua em situação comprometida, de acordo com a Elektro.
Calamidade pública
O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes afirmou nesta segunda que o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública decretado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em cinco cidades do litoral norte de São Paulo atingidas por fortes chuvas: Guarujá, Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba. No domingo (19), o governo federal já havia reconhecido o estado de calamidade em São Sebastião, o município mais afetado.
"O presidente Lula garantiu os recursos necessários e todos os esforços estão sendo empregados", escreveu Góes, no Twitter. "Já estamos com equipes técnicas trabalhando no plano de reconstrução e prestando assistência humanitária às vítimas. Estão sendo distribuídos cestas básicas, kits de higiene pessoal e de limpeza das residências, kits dormitório, água e refeições" emendou.
Lula
Ao lado de ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou na manhã desta segunda-feira (20) as áreas atingidas pelas fortes chuvas. Lula chegou ao estado pela manhã e tem reuniões marcadas com representantes do governo federal e do Governo de São Paulo tem seis cidades em situação de calamidade.
Acompanharam Lula os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Renan Filho (Transportes), Márcio França (Portos e Aeroportos) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).