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Mortes e internações de crianças atropeladas aumentam em 2021

Até agosto deste ano, mais de seis mil crianças foram hospitalizadas em estado grave, um aumento de 9% em relação a 2020

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Aproximadamente 500 crianças morreram atropeladas no local do acidente
Aproximadamente 500 crianças morreram atropeladas no local do acidente Aproximadamente 500 crianças morreram atropeladas no local do acidente

O número de crianças e adolescentes internados e mortos por atropelamento cresceu em 2021. Entre janeiro e agosto deste ano, foram mais de seis mil pacientes de 0 a 19 anos hospitalizados em estado grave em todo o país, 521 casos a mais na comparação com o mesmo período do ano passado, um aumento de 9%.

"Nesse momento de maior circulação das crianças nas ruas, precisamos reforçar o alerta aos pais, educadores e também provocar as autoridades para que invistam em políticas públicas voltadas à educação para o trânsito", afirma o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Antônio Meira Júnior.

Nos oito primeiros meses de 2021, mais de seis mil vítimas foram hospitalizadas em estado grave em todo o país. "O levantamento reacende o alerta de que a segurança das crianças e adolescentes depende da conscientização de todos", alerta Meira.

Os dados fazem parte dos índices de morbidade e mortalidade infantojuvenil do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram levantados para um estudo da Abramet, com o suporte agência de informações 360°.

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O levantamento também permitiu observar que o grupo de 10 a 14 anos foi o mais impactado com o aumento das internações por atropelamento, com um crescimento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 1.842 casos contra 1.575, em 2020. O aumento também foi observado na comparação com 2019, quando foram registradas 1.739 internações.

Nos adolescentes de 15 a 19 anos, também observou-se incremento de 10%. Entre as crianças de 5 e 9 anos o aumento foi de 8%. Somente em relação aos menores de 5 anos houve queda nos atropelamentos. Dos pacientes internados no período, os meninos representam 76% das vítimas.

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Veja os números:

No recorte regional, a Abramet identificou um aumento de internações por atropelamento de 45% no Centro-Oeste e 14% no Sudeste. O Sul permaneceu com os índices estáveis, enquanto o Norte e Nordeste apresentaram queda (14% e 7%, respectivamente). 

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Goiás lidera o ranking de aumentos por estado. Enquanto em 2020 foram registradas 283 internações e, em 2019, 397, neste ano o total de janeiro a agosto foi de 550, uma variação de 94% em relação a 2020. Na comparação entre 2020 e 2021, Tocantins e Rio de Janeiro também trazem números em alta: aumento de 88% e 58%, respectivamente. O ranking é seguido por Rondônia (23%), Paraíba (22%) e Minas Gerais (18%).

A visualização desses indicadores, bem como dos indicativos estaduais e regionais, são importantes para implementar políticas públicas e estratégias específicas nos locais que são foco de acidentes, afirma o diretor científico da Abramet, Flavio Adura. "As estratégias de educação devem abranger todos os públicos. Além dos próprios condutores, que devem respeitar sempre os pedestres — sobretudo nas proximidades de escolas — , pais, responsáveis, comunidade e as próprias crianças precisam incorporar essa cultura de segurança."

Apesar dos aumentos, muito em razão da volta da circulação das crianças nas ruas, os especialistas alertam que o problema é constante ao longo dos anos e deve ser combatido por meio de conscientização. No estudo da série histórica, foi demonstrado que, na última década, cerca de 120 mil crianças e adolescentes foram hospitalizados no SUS e mais de 8,6 mil morreram vítimas de atropelamentos.

"É característico da criança não conhecer do risco, a constante exposição ao perigo, condição que coloca sua saúde e sua vida sob constante ameaça. Trazer as regras do trânsito para uma linguagem compreensível para esse público é um desafio que a sociedade tem que enfrentar se quiser evitar ou atenuar essa dolorosa realidade", pontua o José Montal, especialista em mobilidade e saúde. 

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