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'Ômicron não deve ser menosprezada', afirma Queiroga

O ministro admite nova pressão ao sistema de saúde, mas espera menos letalidade e pico da doença com menor duração

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Brasil e mundo batem recorde de novos casos de Covid-19, em razão da variante Ômicron
Brasil e mundo batem recorde de novos casos de Covid-19, em razão da variante Ômicron Brasil e mundo batem recorde de novos casos de Covid-19, em razão da variante Ômicron

No dia em que o mundo bateu recorde de novos casos de Covid-19, com mais de 3,84 milhões de registros, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um alerta sobre a disseminação da doença no país e a pressão que o sistema de saúde já sofre em razão das explosões de caso da variante Ômicron. Em reunião da Comissão Intergestores Tripartite, nesta quinta-feira (27), o cardiologista frisou: "A Ômicron não deve ser menosprezada". 

"Somos desafiados por esse vírus que sofre variantes e hoje estamos diante de um novo desafio: a variante Ômicron, que rapidamente se disseminou no mundo inteiro e que não deve ser menosprezada, apesar de sabermos que alguns casos são menos complexos dos que os causados pelas outras variantes", ponderou. 

Com base na comparação do comportamento da Ômicron em outros países do mundo, o Ministério da Saúde prevê que o pico da doença ocorra em fevereiro, mas espera uma queda mais rápida após atingir o ápice, na comparação com as ondas ocasionadas por outras cepas.

"Entre o início da onda e o pico há uma média de 40 dias. Pelo que acontece em outros países, como na África do Sul, há uma queda rápida. Espero que no Brasil seja assim, não dá para cravar porque lidamos com a imprevisibilidade do vírus", disse o ministro. 

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Na quarta-feira (26), o Brasil registrou 570 mortes e 224.567 novos casos de Covid-19, o maior número de diagnósticos positivos para a doença desde o começo da pandemia, de acordo com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), a média móvel casos é de 159.877, a maior desde o início da crise de saúde provocada pela Covid.

Apesar do alerta e dos números crescentes, Queiroga frisou que "a vacinação é, sem dúvida, a principal política pública para deter o caráter pandêmico da doença" e ressaltou a alta adesão à campanha, com mais de 75% da população vacinada com a primeira dose. "O perfil de vacinação nos faz acreditar que o impacto da Ômicron no Brasil pode ser parecido com o que está acontecendo no Reino Unido, em Portugal, Espanha, onde os casos também explodiram, mas não houve incremento forte de óbitos."

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Por outro lado, o ministro afirmou que o objetivo do ministério, em conjunto com os estados e municípios, é de garantir que todos completem o esquema vacinal e recebam a dose de reforço, sobretudo nos estados do Norte e Nordeste que possuem uma taxa de adesão menor.

Além da vacinação, Queiroga destacou a necessidade de aprimorar a política de testagem "de tal maneira que possamos acompanhar melhor o perfil epidemiológico com essa variante e fazer o devido isolamento dos casos". Garantir vagas nos hospitais e unidades de saúde para atender aos pacientes com Covid-19 também está entre as observações do ministério. 

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"A pressão sobre o sistema de saúde já ocorre. Pelo menos em uma dezena de estados temos os leitos de UTI ocupados em percentual superior a 70%", detalhou Queiroga. No último boletim do Observatório Covid-19, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado nesta quarta-feira (26), os pesquisadores observaram uma piora nos níveis de ocupação. 

O aumento no número de internações coloca 12 estados na zona de alerta intermediário, que indica ocupação de 60% a 80% dos leitos de UTI no nível crítico, com índice superior a 80% de lotação, estão Pernambuco (81%), Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Piauí (82%), Rio Grande do Norte (83%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal (98%).

Queiroga afirmou que o ministério trabalha para garantir a ampliação de leitos e articula por mais verba junto ao Ministério da Economia. Atualmente o país conta com aproximadamente 30 mil vagas em UTI para tratar pacientes com Covid-19. "Esperamos que consigamos uma distribuição mais homogênea de leitos que contemple estados que têm poucos leitos. Também temos o desafio de qualificar recursos humanos para que esses estados com carência demográfica de especialistas de UTI possam resolver esse problema."

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