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PGR defende investigação de Bolsonaro por falas sobre urnas

Procuradoria diz haver 'indícios da prática de ilícitos' por parte do presidente em live em que ele criticou o sistema eleitoral

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro O presidente Jair Bolsonaro

Em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), a subprocuradora-geral da República, Lindôra de Araújo, defendeu a continuidade do inquérito instaurado para investigar os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas durante uma live transmitida nas redes sociais dele em agosto. 

O presidente recorreu ao Supremo para que a investigação seja arquivada por afirmar que as observações e críticas ditas por ele foram feitas "no espaço lícito do exercício da liberdade de expressão". No entanto, para a PGR (Procuradoria-Geral da República), "há indícios de que possa ter havido a divulgação indevida de informações falsas e/ou de baixa confiabilidade". Para ela, "o trancamento de inquérito criminal antes da conclusão das investigações é medida excepcional".

Além disso, segundo Lindôra, "a análise da existência de indícios da prática de ilícitos" desautoriza o arquivamento do inquérito. "[A hipótese de arquivamento é] somente admitida quando constatáveis, de plano, a atipicidade da conduta, a incidência de causa de extinção da punibilidade ou a flagrante ausência de indícios de autoria e materialidade, nos termos da jurisprudência do STF", defendeu a subprocuradora-geral da República.

Na semana passada, Bolsonaro foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento no âmbito do inquérito.

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Investigação

No fim de julho deste ano, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais em que duvidava da confiabilidade das urnas eletrônicas e garantia que as eleições de 2018 foram manipuladas. Já no início de agosto, ele publicou documentos relacionados a um inquérito da Polícia Federal sobre um ataque cibernético contra o site do tribunal em 2018. Na época, ele alegou que a investigação era uma evidência de fraudes no pleito em que foi eleito presidente da República.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) garantiu que o ataque ao seu sistema interno investigado pela PF não representou nenhum risco à integridade das eleições de 2018. A Justiça Eleitoral afirmou ainda que, desde a ocasião, novos cuidados e camadas de proteção foram introduzidos para aumentar a segurança dos demais sistemas informatizados devido à alteração do cenário mundial de cibersegurança.

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A corte eleitoral, então, solicitou uma investigação sobre Bolsonaro ao STF em razão da divulgação do inquérito sigiloso e das acusações contra o tribunal, pedido que foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes.

Durante a apuração, a Polícia Federal encontrou semelhanças entre o comportamento de Bolsonaro e o inquérito em andamento no Supremo que apura a produção de notícias falsas e ofensas contra ministros do STF.

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"Não há dúvidas de que as condutas do presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a democracia", afirmou a PF, alertando para a possibilidade de existência de uma organização criminosa por detrás das falas do presidente.

A PF diz que Bolsonaro pode ser indiciado por pelo menos oito delitos: calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia do crime ou criminoso, associação criminosa, denunciação caluniosa e crime contra o Código Eleitoral.

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