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PIB deve crescer 4,7% este ano e 1,2% em 2022, projeta CNI 

A previsão é de queda na inflação e aumento de empregos, aquecendo a economia; preço dos combustíveis seguirá elevado

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Em coletiva, CNI projeta crescimento econômico de 1,2% para 2022
Em coletiva, CNI projeta crescimento econômico de 1,2% para 2022 Em coletiva, CNI projeta crescimento econômico de 1,2% para 2022

Mesmo com a crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19, o Brasil deverá fechar o ano com crescimento de 4,7% no PIB (Produto Interno Bruto). A projeção, divulgada nesta quarta-feira (15), é da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Para 2022, a estimativa é de crescimento de 1,2% para a economia brasileira. 

Ao justificar as projeções mais otimistas do que outros estudos, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que o "empresário é sempre otimista, mas estamos sendo realistas". O estudo considera, para isso, a previsão de uma parcial melhoria, em 2022, de indicadores como uma inflação menor, mais geração de empregos e a normalização das cadeias globais de valor.

Segundo Andrade, somente uma estabilização no preço dos combustíveis faria com que a inflação de 10,3% caísse para 7,8%. "Se a gente tirar também o problema da crise hídrica que nós vivemos, os aumentos de energia elétrica, íamos ver que a inflação iria cair para perto de 6%."

Para 2022, a CNI espera um IPCA (Índice de preços no consumidor) de 5%, próximo do teto da meta de inflação. Além da estabilidade no preço dos combustíveis, esse cenário considera a continuidade do aumento da Selic, o desemprego ainda elevado e as despesas primárias do governo federal em queda real. Novas alterações fiscais que possam ocorrer não entraram na análise. 

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Outro fator que auxilia na recuperação, segundo o presidente da CNI, é o avanço da vacinação. "Hoje o Brasil se beneficia desse imenso número de brasileiros já vacinados. Por outro lado, temos as consequências daquilo que aconteceu esse ano e ano passado, com dificuldade de cadeias produtivas, demandas reprimidas e elevação de custos grandes", ponderou, completando que, apesar da projeção ser positiva, ela não é suficiente para colocar a economia nos eixos. "Precisamos de um crescimento acima de 3% e continuado."

Os cálculos não consideram um novo agravamento da pandemia, completou o gerente-executivo de economia da CNI, Mário Sergio Telles. "Nesse cenário-base que estamos trabalhando não há um retorno muito forte da pandemia que leve ao fechamento de atividade econômica, novamente. Dessa forma, o setor de serviço deve continuar expandindo, principalmente o que chamamos de serviços prestados às famílias", afirmou Telles, citando o ramo de restaurantes, hotelaria e viagens. 

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Em um cenário mais pessimista, as projeções da CNI ainda calculam saldo positivo para 2022, mas de apenas 0,3%. Na outra ponta, mais otimista, a expansão pode chegar a 1,8% do PIB. A grande virada, no entanto, é esperada apenas para o segundo semestre do próximo ano, quando a recuperação de serviços estiver próxima do nível de pré-pandemia e a atividade industrial mais aquecida.

Já neste ano, o PIB deve fechar em alta de 4,7%, estimativa menor do que o anteriormente esperado. A construção civil é um dos principais setores que contribuiu para os indicadores, com crescimento do 8,2%. No entanto, no ano que vem, a projeção é de 0,6% de aumento. Para 2021, o comércio puxa o PIB em 6,5% e os serviços em 4,2%. Já a agropecuária deve expandir 2%.

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A CNI estima um crescimento de 5,2% da indústria de transformação em 2021, percentual inferior aos 7,9% estimado no Informe Conjuntural do 3º trimestre. A escassez e alta de insumos e de matérias-primas contribuíram para essa piora. A cadeia de suprimentos só deve estabilizar no segundo semestre de 2022. 

Telles prevê, no entanto, que "a manutenção da desvalorização do real ao longo de 2022 beneficiará as exportações do setor e incentivará a substituição de importações no mercado doméstico". Em 2022, a indústria de transformação deve crescer 0,5%. 

Indicadores

Na avaliação de Telles, os próximos trimestres devem ser marcados por um aumento no número de pessoas retomando a força de trabalho, ainda que a taxa de desemprego se mantenha pressionada para cima ao longo de 2022. "O resultado da taxa de desocupação média deverá ser ligeiramente inferior à de 2021, ficando em 13%", estima. 

Já a taxa de câmbio terminará 2022 em R$ 5,60 por dólar, o mesmo patamar do fim de 2021. A CNI alerta para oscilações ao longo do ano e, para a previsão, considera Selic em 11,5% ao ano, além de uma elevação na taxa de juros nos Estados Unidos.

Para exportações, a CNI estima alcance de US$ 280 bilhões no ano que vem, patamar um pouco superior ao de 2021, cuja estimativa é de US$ 278,4 bilhões. 

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