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'Protejam os Kaiowá', diz mulher de Bruno Pereira sobre confronto entre militares e indígenas

Confronto entre indígenas Kaiowá e a Polícia Militar em Amambaí, no Mato Grosso do Sul, deixou ao menos nove pessoas feridas

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Indígena ferido em conflito com policiais
Indígena ferido em conflito com policiais Indígena ferido em conflito com policiais

A antropóloga Beatriz Matos, mulher do indigenista Bruno Pereira - assassinado durante uma expedição no Vale do Javari, no Amazonas, fez um apelo pedindo o fim dos conflitos nas áreas indígenas. "Chega de violência! Chega de mortes! Protejam os Kaiowá", escreveu em sua página no Twitter. 

Beatriz fazia referência ao conflito envolvendo indígenas da etnia Guarani Kaiowá e policiais militares que começou na sexta-feira (24) em Amambai, no Mato Grosso do Sul. O confronto matou duas pessoas e deixou ao menos sete feridas. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), também há relatos de ao menos três desaparecidos, todos mulheres e crianças indígenas.

Leia também: Vale do Javari é palco de conflitos com pescadores e garimpeiros

O episódio de violência aconteceu na região da terra Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, território que os indígenas reinvindicam como sendo de ocupação tradicional. Já os fazendeiros afirmam que o local é uma propriedade privada e pedem reintegração de posse da área.

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De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Polícia Militar teria realizado a operação sem ordem judicial. Em publicação nas redes sociais, a entidade diz que os agentes atacaram as comunidades Guarani e Kaiowá. "Dezenas de indígenas feridos, desaparecidos e mortos. Precisamos de assistência médica e ambulância. Pedimos justiça", postou a Abip.

O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul determinou, em caráter de urgência, a tomada de providências em relação ao conflito. A autoridade fará perícia antropológica na região entre 28 de junho e 1º de julho.

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Segundo o MPF, a perícia antropológica será conduzia por um analista do órgão que verificará a "eventual violação de direitos no local". O órgão também determinou a requisição de informações a autoridades direta ou indiretamente envolvidas no conflito, para "apurar os fatos e prevenir, reprimir e punir possíveis delitos."

Bruno e Dom são cremados

O corpo do jornalista Dom Phillips foi cremado neste domingo (26) em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, em uma cerimônia fechada aos familiares e amigos do repórter britânico assassinado em uma expedição no Vale do Javari, no Amazonas, no início do mês. 

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Com uma faixa com a frase "Quem mandou matar Dom e Bruno?", ativistas marcam presença do lado de fora do cemitério e pedem que o caso continue sendo apurado pela polícia.

Alessandra Sampaio, a viúva de Phillips, disse que a família vai seguir atenta às investigações do assassinato no Vale do Javari, no Amazonas, e ressaltou que o jornalista vai ser cremado no Brasil, país em que ele escolheu viver. 

"Agradeço imensamente à imprensa e aos amigos jornalistas que têm sido fundamentais nos esforços de apuração do caso, na cobrança por transparência nas investigações e na mobilização que permitiu que chegássemos todos até aqui. Eu também agradeço de coração a todas as pessoas que se solidarizaram com Dom, com Bruno, com nossas famílias e amigos, aqui no Brasil e em outros países", disse Alessandra.

O corpo de Bruno foi cremado na sexta-feira (24), em Recife, em uma cerimônia marcada por homenagens de grupos indígenas. "Ô meu irmão, ô irmão meu, cadê o meu irmão que não vem brincar mais eu?", cantou um grupo da etnia xucuru, de Pesqueira, no sertão do estado.

Até o momento, quatro pessoas suspeitas de participação no crime foram presas. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou ter cometido o crime e indicou o local onde os corpos haviam sido enterrados. O irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, também foi preso.

No dia 18, Jefferson da Silva Lima foi preso em Atalaia do Norte e, segundo depoimento, confessou ter ajudado na ocultação dos corpos. Cinco dias depois, na quinta-feira (23), Gabriel Pereira Dantas se entregou à polícia em São Paulo. Ele disse ter pilotado a canoa que Amarildo usou na execução do crime.

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