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Sem acordo com Lira, Pacheco diz que impasse sobre MPs deve ser resolvido até o fim da semana

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco travam queda de braço pela governança do rito de tramitação das Medidas Provisórias; entenda

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (22) que pretende resolver o impasse sobre a tramitação das medidas provisórias (MPs) até o fim da semana. Mais cedo, ele se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mas não houve acordo sobre o tema.

"Temos que ter em consideração que é obrigatório o cumprimento da Constituição Federal, que determina que as MPs sejam analisadas nas comissões mistas. Essa é a posição do Senado e aguardamos o posicionamento da Câmara, com observância da Constituição", afirmou Pacheco. "É muito importante que o diálogo seja exaurido até o final da semana", completou.

Nes terça (21), líderes do Senado protocolaram uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que propõe que o início da análise das MPs seja revezado entre a Câmara e o Senado. Mas essa sugestão não agrada Lira, que atualmente é o responsável por iniciar o rito de tramitação das medidas. 

Pacheco defendeu o retorno do rito constitucional para a análise das medidas enviadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que concorda que as medidas provisórias enviadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) continuem sob análise do rito especial.

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Na reunião com Pacheco, o presidente da Câmara criticou a composição das comissões mistas, que são divididos igualmente entre os membros das duas Casas, mesmo havendo 81 senadores e 513 deputados. Deputados defendem que seja estabelecido uma proporcionalidade nos colegiados, sob a alegação de que os senadores acabam não conseguindo conciliar as agendas e faltam às comissões, atrapalhando o quórum para as deliberações.

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Para mudar a composição dos colegiados é necessário que haja uma mudança na Constituição, que seria alterada por PEC (proposta de emenda à Constituição). Por enquanto, Lira não fez sugestões a Pacheco, o que deve acontecer após uma reunião com líderes da Câmara. 

Entenda a disputa entre Lira e Pacheco

Desde 2002, as MPs eram analisadas primeiro por uma comissão mista, composta por 12 deputados e 12 senadores, que discutiam e aprovavam os projetos, que só então era enviado ao plenário.

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Esse rito foi interrompido durante a pandemia da Covid-19, como uma medida excepcional, quando as MPs passaram a ir direto ao plenário. Dessa forma, é o presidente da Câmara quem dita as prioridades e o ritmo das análises. O Senado, neste modelo, perdeu o protagonismo.

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Em 7 de fevereiro, o Senado decidiu pela volta imediata das comissões mistas. No entanto, nos bastidores, Lira tem feito uma queda de braço para manter as apreciações no plenário.

Em meio à disputa, a votação de propostas importantes no Congresso fica comprometida. São 25 medidas provisórias que precisam ser analisadas em 120 dias para que não percam a validade. Entre elas, a que alterou a organização ministerial, a que transferiu a estrutura do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Banco Central para o Ministério da Fazenda e a que alterou a regra de desempate de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

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