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Aceleramos o Fiat Argo Drive 1.0 flex, versão de entrada

Hatch que substitui o Punto parte de R$ 46.800 e aposta em conceito '1.0 Premium'

Carros|Diogo de Oliveira, do R7

Há uns anos seria impensável ver um carro com motor 1.0 custar perto de R$ 50 mil. Primeiro, porque só modelos populares ofereciam motor "mil". Segundo, porque o termo popular não se aplicaria. Mas, como podemos ver, os tempos mudaram. A onda "premium" chegou aos automóveis compactos, e o Fiat Argo, novo hatch que acaba de estrear para substituir o Punto, traz o conceito que a marca italiana chama de "1.0 premium". Trata-se de um modelo mil com "algo" a mais. O grau de sofisticação é maior, apesar do motor.

Como os motores andam evoluindo de forma expressiva, digamos que os 1.0 de hoje são bem mais modernos e eficientes que os da última década. Vejam o caso deste 1.0 Firefly: tem três cilindros e apenas seis válvulas, só duas por cilindro — todos os similares somam 12 válvulas (quatro por cilindro). Oferece comando variável, tem bloco e cabeçote em alumínio e foi desenvolvido para oferecer o maior torque da cilindrada, que é a força mais relevante no dia a dia. São até 10,9 kgfm, e 80% está disponível a 2.500 giros.

Versão Drive 1.0 terá a importante missão de responder por até 1/3 das vendas do Fiat Argo
Versão Drive 1.0 terá a importante missão de responder por até 1/3 das vendas do Fiat Argo Versão Drive 1.0 terá a importante missão de responder por até 1/3 das vendas do Fiat Argo

Com este motor, o Argo surpreende e tem boas saídas, especialmente quando o ar-condicionado está desligado. Neste primeiro contato com o inédito hatch, rodamos apenas por avenidas e ruas de São Paulo (capital), sem passar por muitos trechos de ladeira. O carro estava vazio, então tivemos uma condição de teste um pouco limitada. As acelerações não decepcionaram, sobretudo pela leveza com que o compacto se move. O rodar equilibrado e leve deixaram a impressão de que o Argo não se ressente de potência e torque.

Mas é claro que estamos falando de um motor mil de aspiração natural. Não tem mágica. Quando afundei um pouco mais o pedal do acelerador, ou quando desviei o trajeto do test drive, passando por ladeiras, ficou explícito que o 1.0 Firefly, por mais moderno que seja, não faz milagres. Talvez quando (e se) houver uma versão turbinada, seu desempenho seja realmente empolgante, a exemplo do que acontece no Volkswagen Up TSI, com o 1.0 turbo. Se o cliente busca desempenho, a versão mais indicada é a Drive 1.3 Firefly flex.

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Design é um dos pontos altos do hatch, sobretudo na traseira, com lanternas à la Alfa Romeo
Design é um dos pontos altos do hatch, sobretudo na traseira, com lanternas à la Alfa Romeo Design é um dos pontos altos do hatch, sobretudo na traseira, com lanternas à la Alfa Romeo

O ponto forte do motor 1.0 é o consumo. Neste aspecto, chega como dono das melhores marcas perante Chevrolet Onix LT e Hyundai HB20 Comfort Plus, seus rivais diretos. Só perde para o Onix por 0,2 (décimos) na estrada. De resto, é o mais econômico. Com etanol, faz médias de 9,9 km/l (cidade) e 10,7 km/l (estrada). Seu melhor desempenho energético, claro, é com gasolina, quando faz números realmente econômicos: são 14,2 km/l em percurso urbano, e 15,1 km/h no rodoviário, todos aferidos pelo Inmetro.

Mas o que, então, faz do Fiat Argo um "1.0 Premium", como, por exemplo, foi embalado o VW Up 1.0 TSI? Os demais atributos do hatch, a começar pela carroceria, mais rígida que a do antecessor Punto, feita com aços de alta resistência. Sua estrutura é nitidamente mais firme e estável em movimento, além de ser também mais leve em peso, o que dá ao Argo um equilíbrio dinâmico e um rodar agradável. Na cabine, o hatch convence com bons materiais e arremates, e uma lista de conteúdos bastante completa — há poucos opcionais.

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Cabine convence com bons arremates e materiais; tela flutuante no painel é opcional na versão
Cabine convence com bons arremates e materiais; tela flutuante no painel é opcional na versão Cabine convence com bons arremates e materiais; tela flutuante no painel é opcional na versão

A versão de entrada do hatch já vem de fábrica com direção elétrica, ar-condicionado, ABS para os freios e airbags frontais, chave canivete com travas e vidros dianteiros elétricos, sistema Start/Stop (desliga o motor no trânsito), Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e o painel de instrumentos com uma tela TFT que mostra gráficos e diversos dados. Entre os opcionais, há o rádio Connect, retrovisores elétricos com Tilt Down, repetidores de seta e vidros elétricos traseiros, câmera de ré e a central multimídia Uconnect.

No caso, a tela multimídia de 7 polegadas e com resolução full HD é o item mais importante. Será vendida a R$ 1.900 e incluí, além da visor flutuante, o volante multifuncional (com botões) e uma segunda porta USB, que fica no porta-objetos entre os bancos, junto ao assoalho. Este item, segundo a Fiat, está presente em 80% dos pedidos dos concessionários, o que demonstra que haverá um esforço da própria rede da marca em vender o Argo com a central multimídia. É compreensível, uma vez que o painel perde muito em estilo sem ela.

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A bordo há uma boa quantidade de porta-objetos e o espaço interno se destaca, com ótimos vãos para pernas e cabeças tanto nos bancos da frente quanto no de trás. O porta-malas leva 300 litros e está na média da categoria, empatado com Onix e HB20 — só perde mesmo para o encorpado Renault Sandero. Mas de todos os atributos, o que mais chama a atenção no modelo da Fiat é o isolamento acústico, um dos melhores, senão o melhor do segmento. Com os vidros fechados, quase não se ouve ruídos externos.

O ajuste da direção elétrica é outro ponto alto no hatch. O volante é bem leve nas manobras em baixa velocidade e ganha peso adequado em movimento, garantindo respostas diretas e dispensando correções de trajetória. Ponto negativo fica com o câmbio manual de cinco marchas, o mesmo já utilizado por toda a linha de compactos nacionais da marca por décadas. A alavanca é alta, tem curso longo e não oferece engates muito precisos. Pelo projeto, o Argo merecia uma transmissão manual mais moderna, de seis marchas.

De toda forma, a Fiat tentou mostrar, por "A + B", que o Argo está emparelhado em preço com seus rivais diretos. Dessa forma, por ser totalmente novo e contar com modernidades a mais, é, "matematicamente", o melhor negócio. De fato, ao volante, o sucessor do Punto tem qualidades que convencem. Mas não faz mágica, nem empolga em desempenho. Para os que buscam um carro moderno que entrega boa economia de combustível, o Argo 1.0 surge como ótima opção. Tem tudo para incomodar os líderes Onix e HB20.

FICHA TÉCNICA

Fiat Argo Drive 1.0 Firefly flex M/T

Motor: 1.0 6V, três cilindros, injeção eletrônica, flex

Potência: 72 cv (G) e 77 cv (E) @ 6.250 rpm

Torque: 10,4 kgfm (G) e 10,9 kgfm (E) @ 3.250 rpm

Câmbio: Manual, cinco marchas

Direção: Assistência elétrica; tração dianteira

Suspensão: Independente McPherson na frente, eixo de torção atrás

Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás

Pneus e rodas: 175/65 R14

Dimensões: 4,00 m (comp), 1,72 m (larg), 1,50 m (alt), 2,52 m (entre-eixos)

Peso: 1.105 kg

Tanque de combustível: 48 litros

Porta-malas: 300 litros

Aceleração 0-100 km/h: 13,4 segundos

Velocidade máxima: 162 km/h

Consumo urbano: 9,9 km/l (E) e 14,2 km/l (G)

Consumo rodoviário: 10,7 km/l (E) e 15,1 km/l (G)

Garantia: 3 anos

Preço sugerido: R$ 46.800

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