A Ford finalmente anunciou nos últimos dias o lançamento do motor 1.0 Ecoboost no Brasil. O pequeno bloco estreia em julho sob o capô do compacto New Fiesta, associado ao câmbio automatizado Powershift de dupla embreagem e seis marchas. Com 125 cv e 17 kgfm de torque a baixos giros, será o 1.0 turbo mais potente do mercado brasileiro — superando os 105 cv dos motores de Hyundai HB20 e Volkswagen Up. Contudo, será movido a gasolina, enquanto rivais são flex.
A explicação está no fato de o 1.0 Ecoboost vir importado da Romênia. Segundo executivos da Ford, não há previsão de o motor ser nacionalizado, apesar de já se fabricar localmente o 1.0 flex de três cilindros do novo Ka. Um dos entraves é a turbina, fornecida pela Continental. Além da questão contratual, a sistemista alemã não possui fábrica de turbos no Brasil, o que inviabiliza a produção. Com isso, espera-se que o motor equipe apenas a versão mais cara Titanium.
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Para chegar aos 125 cv, a Ford agregou três tecnologias no 1.0 tricilíndrico: sistema de injeção direta de combustível, comando variável de válvulas e turbcompressor. Outras modificações foram feitas em relação ao motor aspirado, mas estes recursos são os principais responsáveis pelo rendimento superior. De acordo com a montadora, o 1.0 Ecoboost é 20% mais econômico que o 1.6 flex aspirado de até 128 cv (já disponível no New Fiesta), e emite 15% menos gases poluentes.
Este será o primeiro motor Ecoboost a equipar um veículo nacional — até hoje somente o sedã mexicano Fusion oferecia a opção. No exterior, a Ford comercializa sete diferentes motores na família "verde": 1.0 3C; 1.5, 1.6, 2.0 e 2.3 com quatro cilindros; e os parrudos 2.7 e 3.6 litros, ambos V6. A linha Ecoboost empurra praticamente todos os modelos da marca, é utilizada também séries especiais e equipará o superesportivo GT — que voltará a disputar as 24 Horas de Le Mans após décadas.