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Montadoras de carros têm pior semestre em 10 anos

Licenciamentos recuaram 25,4% e produção caiu 21,2% frente à primeira metade de 2015

Carros|Diogo de Oliveira, do R7

Antonio Megale, presidente da associação das montadoras, apresentou os números do semestre
Antonio Megale, presidente da associação das montadoras, apresentou os números do semestre Antonio Megale, presidente da associação das montadoras, apresentou os números do semestre

Os números de produção e vendas de veículos no Brasil encerraram o primeiro semestre de 2016 ainda bem amargos. Enquanto as fábricas entregaram 21,2% menos comparado ao primeiro semestre de 2015, os licenciamentos encolheram 25,4% no período. Foram 983.536 unidades emplacadas de janeiro a junho deste ano, contra 1.318.949 modelos vendidos na primeira metade do ano passado.

Se fechar a conta nos automóveis e comerciais leves, a queda é igualmente desastrosa: 952.264 unidades até junho contra um acumulado robusto de 1.271.999 de carros nos seis primeiros meses de 2015. A produção acompanha a queda, mesmo com bilhões investidos em novas fábricas nos últimos anos. Foram 1.016.680 de unidades entregues ante 1.289.871 montadas no mesmo período de 2015.

Apesar do cenário assustador, Antonio Megale, presidente a Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos), afirmou que é possível "ver a luz no fim do túnel". Segundo o executivo, junho marcou o fim da série negativa e já é possível projetar uma retomada, ainda que discreta. As fábricas entregaram 4,2% mais veículos que em maio, e os licenciamentos subiram 2,6% frente ao mês anterior.

— O mercado parece ter encontrado seu patamar de estabilização. Alguns indicadores estão mais positivos, tanto em relação à confiança do consumidor quanto na própria economia do País, que dá sinais de equilíbrio nas contas públicas e aponta queda da inflação. Também tivemos a estabilização do nível de emprego, o que mostra que as empresas continuam trabalhando para manter funcionários.

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Pesquisa da Anfavea e da CNI mostra a disparada do medo do desemprego e de confiança
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Indústria muito ociosa

De acordo com Megale, o Brasil possui hoje capacidade para produzir até 5 milhões de veículos, incluindo ônibus e caminhões. Porém, a estimativa da Anfavea é de que 2,429 milhões de unidades sejam montadas em 2016, menos de 50% do que as fábricas podem entregar. Isso explica também o volume ainda elevado de trabalhadores que continuam empregados, mas estão sem trabalhar. Segundo a entidade, há cerca de 21 mil empregados em esquema de PPE, e outros 5 mil em lay-off.

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— Até 2014, tínhamos produção maior que a quantidade de empregos na indústria, e por isso tivemos de flexibilizar os processos para produzir mais. Agora, temos o cenário inverso, a produção está inferior ao nível de mão de obra, temos um contingente excedente de trabalhadores nas empresas. E só com a retomada do mercado poderemos reduzir a quantidade de trabalhadores ociosos. Esperamos que possamos diminuir esse gargalo no fim deste ano e em 2017, com a volta do crescimento.

Previsões da Anfavea mostram que, apesar da aparente retomada, mercado terá números ruins
Previsões da Anfavea mostram que, apesar da aparente retomada, mercado terá números ruins Previsões da Anfavea mostram que, apesar da aparente retomada, mercado terá números ruins

Exportação positiva

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O único indicador da indústria automobilística que segue apresentando ótimos números é a exportação. Entre janeiro e junho deste ano, 226.645 veículos foram enviados ao exterior, volume 14,2% maior que os 198.455 modelos exportados no mesmo período de 2015.

— Os mercados de exportação hoje são a grande alternativa. À medida que finalizarmios os acordos comerciais, falta só Colômbia e Peru, já fechamos com México, Uruguai e Argentina. Do ponto de vista de crescimento, a Colômbia é muito importante. Ou seja, à medida que conseguirmos aumentar as exportações, conseguiremos estabilizar o nível de emprego na indústria.

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