A Toyota apresentou a versão flex da SW4 2017 faz poucos meses — você pode escolher o modelo com cinco ou sete assentos, ambas com tração 4x2, em qualquer revenda da marca japonesa. Embora mais associado aos "tiozões", a robustez da carroceria, o design refinado e o para-choques tridimensionais conferem um jeitão esportivo ao SUV.
Com a identidade agora descolada da irmã Hilux, inclusive dispensando o nome da picape no Brasil, a SW4 bicombustível desembarcou no mercado como a principal aposta da montadora para ganhar terreno entre os utilitários.
O espaço interno, o conforto ao dirigir, os recursos tecnológicos que facilitam a condução e ampliam a segurança, e o design exclusivo são um show à parte. É tudo aquilo que você vê nas fotos ou vídeos na internet.
Mas quem comprar o maior SUV da Toyota no Brasil precisa se preparar: primeiro para ter uma garagem espaçosa para estacionar e, depois, para ter disposição e bolso recheado para abastecer o tanque de 80 litros da máquina.
O motor flex da SW4 2017 é o mesmo que do modelo anterior, mas a fabricante assegura que otimizou a tecnologia e deu jeito para reduzir o consumo em até 7%.
Aceleramos o utilitário por 1.000 km, entre cidade de São Paulo (onde o anda-e-para faz parte do dia a dia) e estrada (rodovia dos Bandeirantes, uma das melhores do País). Com isso, dá para garantir: o conforto e o silêncio dentro do carro são invejáveis, mas o consumo assusta.
Para melhorar a performance, o SUV conta com os botões Eco, para uma condução mais suave e consumo mais eficiente, e Power, que garante uma tocada mais emocionante. Nos testes, o botão Eco ficou acionado praticamente o tempo todo.
Claro que quem compra um Toyota SW4 não está lá muito preocupado com autonomia, mas é bom frisar: na cidade, com o ar-condicionado ligado, não espere mais que 5,5 km/litro utilizando etanol. Se pegar estrada, vai notar que o rendimento sobe para pouco mais de 6 km/l com o mesmo combustível.
A potência com etanol chega a 163 cavalos, enquanto a gasolina rende um pouco menos, 159 cavalos. Com quase 2 toneladas, 4,79 m de comprimento e 1,855 m de largura, chegar do repouso aos 100 km/hora não é tarefa das mais rápidas. Depois de embala, porém, esquece: a SW4 é só curtição para quem está ao volante e de passageiro.
Ao entrar na cabine, nota-se a qualidade do acabamento — o painel é relativamente simples e discreto, mas não abre mão de requinte e sofisticação nos detalhes. A tela multimídia tem 7 polegadas, é touch, traz GPS 3D e câmera de ré. Se estiver parado, dá até para curtir seu futebol ou a novela na TV digital. O equipamento também lê DVD.
O ar-condicionado integrado analógico garante temperatura agradável para todas as três fileiras e bancos (até quem está lá atrás, nos últimos bancos, conta com uma saídas de ar). No volante, o motorista tem ao alcance das mãos o controle do som, bem como as funções do tradicional computador de bordo.
Você é alto? Andar no banco de trás do Toyota SW4 não será problema. O espaço para as pernas é satisfatório e há uma saída de ar-condicionado exclusiva, localizada no teto do carro. Ainda restam dois bancos no porta-malas, passando a 7 lugares. Nesse caso, porém, melhor deixar os dois bancos para as crianças.
Em movimento, o motorista conta com controle de tração e de estabilidade. A tração 4x4 também é eletrônica, ou seja, basta um toque e você já adapta o carro ao terreno. Com isso, a SW4 não encontra dificuldades em escalar um morro com pedregulhos ou o asfalto, por exemplo.
Na estrada, os pneus aro 18 colaboram para manter o carro estável nas curvas, mesmo que em velocidade elevada. A transmissão de seis marchas passa praticamente desapercebida para o condutor, uma vez que a troca de velocidade é suave.
Então, por R$ 160 mil, você pode montar no SW4. O carro dá um banho de conforto e segurança tanto para o dono como para quem ele carrega. A gama de tecnologia embutida contribui para melhorar a experiência de quem está a bordo.
Mesmo com preço salgado, os números de emplacamentos da Fenabrave (federação das montadoras) indicam que a SW4 foi o 5º SUV mais vendido do ano, com mais de 12.000 unidades vendidas, atrás apenas dos campeões de vendas, todos muito menores.
O utilitário só perdeu para os compactos, como Honda HR-V e Jeep Renegade. Mas há uma grande disparidade de tamanhos e preços. Resumindo, mesmo com um consumo de combustível terrivelmente elevado, ganhar a venda sobre o enorme SUV da Toyota não é tarefa das mais fáceis.
FICHA TÉCNICA
TOYOTA SW4 2017
Motor: Toyota VVT-i Flex 2.7L 16V DOHC
Potência: 159 (gasolina)/163 (etanol) cavalos a 5.000 rpm
Torque: 25,0 kgfm a 4.000 rpm
Transmissão: Automática sequencial, seis marchas (6 Super ECT)
Direção: Hidráulica; tração dianteira (4x2), com controle eletrônico de estabilidade
Suspensão: Independente, braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora na dianteira e 4-link (4 pontos de fixação) e molas helicoidais na traseira
Pneus e rodas: 265/60 R18
Freios: Discos ventilados na dianteira e traseira, com ABS, EBD (distribuição eletrônica de força e frenagem) e BAS (assistência de frenagem de emergência)
Peso: 1.880 kg (ordem de marcha)
Dimensões: 4,795 metros (comprimento); 1,855 m (largura); 1,835 m (altura); 2,745 m (entre-eixos)
Capacidade do porta-malas: 620 litros
Tanque de combustível: 80 litros
Preço: R$ 159.600 (5 lugares) e R$ 164.900 (7 lugares)