VW Amarok Dark Label aposta na tecnologia off-road e no controle de tração para conquistar novos clientes
DivulgaçãoNunca foi segredo que a Volkswagen sempre apostou alto nos seus automóveis — segmento em que domina quase 15% do mercado — e demorou para colocar (e emplacar) uma picape média. Em 2010, a montadora alemã lançou a Amarok e percebeu que a disputa na categoria é bastante acirrada — principalmente por causa da reputação construída por Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger e até Mitsubishi L200 ao longo dos anos.
A saída para a VW foi investir forte em tecnologia e segurança dos seus comerciais leves e transplantar recursos e equipamentos já conhecidos — e bem aceitos pelo público — dos automóveis para a VW Amarok. Em 2015, essa dobradinha deu certo e, agora, virou obrigação para os picapeiros fazer, ao menos, um test-drive na Amarok antes de fechar o negócio.
Existem sete versões da Amarok à venda no País, começando pela cabine simples até a cabine dupla Highline, topo de linha do modelo. Ainda há as versões Trendline e Dark Label — um modelo intermediário, mas muito completinho. Não existe versão flex, portanto, todas as picapes são a diesel e têm tração 4x4, o que explica a comparação desleal nas vendas com as quatro principais concorrentes, que variantes que bebem etanol e gasolina.
Reportagem percorreu quase 1.500 km com a VW Amarok Dark Label
DivulgaçãoO R7 testou a VW Amarok Dark Label em uma expedição que saiu da fábrica da montadora, em São Bernardo do Campo (SP), e chegou até Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre (RS). No percurso de quase 1.500 km, a picape encarou asfalto, terra, pedregulho, serras, paralelepípedos, grama e até atravessou rios (assista ao vídeo abaixo).
Para começar, ao entrar na picape, mais parece que se está em um sedã médio de luxo que propriamente em uma caminhonete. O painel oferece todas as informações necessárias ao motorista, o conforto dos bancos impressiona e, em movimento, a aderência ao solo impressiona quem dirige esperando por solavancos da carroceria.
A explicação é a seguinte: a VW Amarok tem um sisteminha de controle de estabilidade chamado ESC, uma sigla em inglês. Com ele, uma central eletrônica percebe uma situação adversa prestes a acontecer e, automaticamente, reduz o torque do motor e freia uma ou várias rodas para atingir a estabilidade. Então, você pode tentar, mas vai ser difícil capotar.
O câmbio automático de 8 marchas combina marchas mais curtas (da 1ª à 3ª) com outras mais longas, o que proporciona muito bom torque do motor 2.0L turbodiesel de 180 cavalos e, ao mesmo tempo, economia de combustível. A reportagem notou que, mesmo sendo um motor zero bala, a autonomia beirou os 15 km por litro entre asfalto e terra — claro que, em marcha baixa e terrenos íngremes, esse consumo aumenta consideravelmente. Não espere milagres.
Tração 4 x 4 da picape permite enfrentar terra, serras e até rios
DivulgaçãoTerra, cascalho e serra
Quem tem picape sabe que vai usar o veículo em pisos não tão amigáveis como o asfalto — na terra, no barro, em barrancos e em pedregulho. E aí a VW Amarok se sai muito bem, porque combina tecnologia e segurança.
O controle de tração ASR permite ao motorista acelerar ou arrancar em pisos com baixa aderência sem receio de o veículo derrapar. Uma série de sensores avisa a central eletrônica, que redistribui o torque pelas rodas com maior contato com o solo.
Outro amigo eletrônico, chamado EDS, complementa o ASR. Sabe quando você está com apenas duas ou três rodas em contato com o solo e a outra gira em falso? Então, isso acabou porque o bloqueio eletrônico do diferencial aciona o freio dessa roda e transfere o torque para as outras com maior tração. Isso funciona automaticamente até a velocidade de 80 km/h. Detalhe: você não precisa apertar nenhum botão.
No quesito segurança, para a terra e em baixa velocidade, a VW Amarok tem o botão "Off-Road". Este tem que apertar, mas vai afastar o perigo quando a picape estiver em baixa rotação e de frente com obstáculos de tirar o fôlego. Os freios ABS off-road garantem a distribuição da frenagem por todas as rodas. Porém, as duas tecnologias em que a montadora alemã aposta para derrotar as concorrentes são o HDC e o HSA.
Sistema redistribui a tração da VW Amarok e impede derrapagens
DivulgaçãoÉ uma sopa de letrinhas, mas é fácil entender para que servem. Imagine você descendo um barranco de 45º de inclinação e 50 m de distância com a carroceria carregada. É normal o veículo deslizar pelo terreno, certo? Com o sistema HDC, a Amarok mantém uma velocidade constante e baixa sem que você comande o carro. É assim: você segura firme a direção e relaxa, que a picape encara a ladeira com pequenos soquinhos até vencê-la.
Já o HSA serve para as subidas. Imagine a mesma situação, com a picape carregada e um terreno íngreme. Um sistema eletrônico mantém a Amarok parada por 3 segundos até que você acelere. Portanto, nada de desculpas para fazer rampa.
Mercado
A VW Amarok segue firme na disputa de mercado em 2015, mas enfrenta um setor impactado fortemente pela crise econômica e os preços mais agressivos das suas concorrentes.
Entre janeiro e agosto, a VW vendeu 8.380 unidades da Amarok, contra 23.174 da líder Chevrolet S10, 22.404 da Toyota Hilux, 12.707 da Ford Ranger e 10.390 da Mitsubishi L200. De novo, vale lembrar que a Amarok é a única das cinco picapes que não tem versão flex.
VW já vendeu 360 unidades da Amarok Dark Label até agosto
DivulgaçãoLançada em abril, a VW Amarok Dark Label já emplacou 360 unidades até agosto, segundo o gerente de produto e marketing da montadora, Carlos Leite. "A Dark Label tem produção limitada 1.000 unidades, mas podemos esticar esse número".
Com vendas concentradas nas versões cabine dupla, uma vez que a cabine simples responde por apenas 9% do mix, a VW Amarok terá um caminho árduo pela frente, a começar pelo preço: R$ 147.990 na versão Dark Label e R$ 158 mil na topo de linha Highline.
A tarefa mais complicada, porém, é convencer o cliente a deixar de lado a cultura de procurar a picape que "não quebra" e experimentar a VW Amarok antes de fechar a compra. Se conseguir levar adiante essa estratégia, vai ter muito cliente saindo da concessionária em uma Amarok completona.
*O jornalista viajou a convite da Volkswagen