As vendas de veículos no país em julho cresceram 9,1% em relação ao mês anterior, o que também representou um avanço de 12,1% de janeiro a julho de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. Durante o mês, 243,6 mil veículos, incluindo automóveis, caminhões e máquinas agrícolas, foram vendidos o que representa um acumulado de 1,55 milhão de unidades emplacadas desde o início do ano. Os dados foram divulgados nesta manhã pela Anfavea, associação nacional dos fabricantes de veículos. A entidade acredita que medidas como a redução de juros, a injeção de R$ 42 bilhões na economia com os saques do FGTS e a aprovação das reformas podem impactar positivamente o setor.
As vendas de veículos no país em julho cresceram 9,1% em relação ao mês anterior
Divulgação“É o começo da recuperação, onde vemos o câmbio com tendência de queda, aumento no nível da confiança do consumidor, queda da taxa Selic e estabilidade na projeção de crescimento do PIB”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.
O segmento dos caminhões também cresceu no último mês com 8,9 mil veículos vendidos, avanço de 16,3% em julho na comparação com junho e 44,3% de crescimento de janeiro a julho deste ano na comparação com o ano passado.
As exportações cresceram 44,5% no último mês com vendas de 1,5 mil veículos no mercado externo. Com a continuidade da crise argentina, as montadoras abriram mercado em outros países como a Volkswagen que iniciou a exportação do sedã Virtus para o México e da Saveiro para o Peru. Ainda assim no acumulado de janeiro a julho deste ano as perdas com as exportações chegam a 54,6% na comparação com os primeiros sete meses do ano passado.
Ainda assim no acumulado de janeiro a julho deste ano as perdas com as exportações chegam a 54,6%
DivulgaçãoO nível de emprego caiu 0,4% de 129,2 mil vagas para 128,7 mil. Segundo a Anfavea, o dado se deve ao fechamento da unidade de caminhões da Ford, em São Bernardo do Campo.
Melhor julho desde 2014.
Brasil é competitivo
A Anfavea tem liderado um discurso de competitividade para a indústria automotiva nacional. Segundo a entidade, apesar da representatividade dos veículos brasileiros no mercado argentino que chega a 63,1%, na América Latina como um todo essa presença é de 9,2%, no México de 5,8% e não passa de 0,01% na Europa e 0,03% nos Estados Unidos.
Presidente da Anfavea em coletiva realizada hoje (06).
Marcos Camargo“O Brasil é um dos países com melhor nível de concorrência do mundo mas um dos piores em competitividade. Quantos bancos temos no país? Quantas companhias aéreas temos no país? Quantas operadoras de telefonia temos no país?”, provocou. “Temos 66 fábricas de autoveículos no país e uma ociosidade que chega a 40%”.
Luiz Carlos Moraes também comentou sobre o elevado custo Brasil, especialmente no caso das exportações. “A cada 100 milhões de reais em crédito do ICMS nas operações de exportação, perdemos 20%, e nisso precisamos trabalhar”, disse.
Liberação do FGTS
A Anfavea acredita que a liberação dos saques do FGTS e dos fundos PIS/PASEP podem ajudar a aquecer o comércio apesar de não se refletir diretamente nas vendas de carros. “Tem gente com dívidas que irá negociar e muita gente vai consumir. Logo vamos ver propagandas das redes de varejo para vender eletrodomésticos e isso fará a economia girar”. Segundo a Moraes, o impacto positivo no PIB nos próximos 12 meses ficará entre 0,3% e 0,5%.